quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Política do Pão e Circo

(Fonte: wikipédia)




Aniversário é dia de festa, não é? Pois é, foi o que aconteceu ontem (14/12) em Belém do Piauí (imagem acima), uma cidade de pouco mais de 3 mil habitantes, distante cerca de 80km de Picos. Emancipada politicamente ha apenas 16 anos, os representantes de Belém levaram como "presente" para sua população uma grande festa com direito à banda de forró de sucesso (e que cobra caro).

Uma queima de fogos também marcou o referido evento. Era o sinal do dinheiro público sendo queimado nos céus da cidade, para todos verem. Por não conhecer bem a cidade nem os seus moradores, achei interessante o presente suntuoso (e por que não dizer luxuoso), mesmo lembrando que toda essa região do semi-árido piauiense carece de inúmeras políticas públicas de verdade.

Não sei mesmo. Só sei que sai de lá com a sensação de ter ido ao picadeiro de um circo. E a grana ai na foto abaixo, só queimando...



domingo, 11 de dezembro de 2011

João Cláudio Moreno, Picos, Piauí 10/12/2011



Esse é o humorista João Cláudio Moreno em espetáculo ontem aqui em Picos. A temática do seu show foi como o ser humano tem se tornado pior com o passar do tempo, devido ao culto de valores que o fazem pior. Piadas hilárias e imitações de personalidades locais, regionais e nacionais, além de muita música boa marcaram a apresentação. Assim, sem dúvida alguma, todos sairam daquela quadra com a mais absoluta certeza de que o ser humano pode ser um bicho melhor. Tanto pra ele quanto pros outros. Só basta ele querer.

Ah e lá no alto da fotografia (clique pra ampliar) tem o marketing da Léo Fish do meu amigo Léo. Só pra constar (rsrsrs).


sábado, 10 de dezembro de 2011

Zeca Baleiro, em THE



Esse aí é o Zeca Baleiro, que arrebentou ontem na AABB de Teresina.
E eu, estava lá.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Reflexões em Ar maior


Tem coisa melhor do que ver as cabrochas passar?
Há coisa no mundo melhor que uma brisa a soprar?
Não... Melhor que tudo isso não há... Só os pássaros a voar.
Talvez, quem sabe, uma manhã no acordar...
O mais belo dos peixes no meu rio a nadar!
Ouvir o som de uma ave ecoar...
É... Quem sabe o barulho lindo do mar!
Ou os enfeites e brilhos do natal a piscar.
Da moça que passa, o mais belo é seu caminhar...
Que trejeitos, que quadril a requebrar...
Quem me dera um relance de olhar!
Ficaria inebriado... Evidente apaixonar.
Só queria um pequeno, um mirrado suspirar
Pra quem sabe algo de bom brotar...
Eu não quero mais nada. Só quero ar puro respirar.

sábado, 26 de novembro de 2011

Peixes da caatinga piauiense

No dia 22 de novembro de 2011 um importante passo para o reconhecimento da fauna de peixes da região de Picos foi dado. É que nessa data, foi concedida autorização de coleta para iniciarmos um trabalho, que visa além do reconhecimento, a investigação de aspectos ecológicos dessa fauna, como a dieta e o período reprodutivo.

O título do plano "Taxonomia, período reprodutivo e dieta da ictiofauna (Pisces) do rio Guaribas, na região da barragem de Bocaina, Piauí, Brasil" reune num só trabalho o entendimento desses aspectos levantados sobre os peixes dessa região, procurando elucidar os principais problemas enfrentados na região: carência de água e o seu uso pelas populações humanas.
Para tanto, foi montada uma equipe de cinco pesquisadores que farão as coletas de dados e apresentarão à sociedade os principais gargalos dessa temática em forma de artigos científicos, monografias e demais formas de comunicação escrita.
Esse trabalho se justifica porque os peixes podem nos fornecer informações em relação à poluição e contaminação dos rios alimentadores da barragem, através de comportamentos que naturalmente eles não teriam se o ambiente não fosse alterado de alguma maneira.
O plano tem como objetivos específicos (1) verificar a riqueza, composição e abundância de espécies de peixes do rio Guaribas, (2) averiguar o período reprodutivo, (3) identificar os ítens alimentares e (4) verificar os ítens alimentares de raias juntamente com sua interaçãos com humanos.
Espera-se coletar cerca de vinte espécies que serão tombadas na coleção zoológica da Uespi, Campus de Picos. A autorização foi concedida pelo ICMBio, sob solicitação de nº 31715 e qualquer pessoa pode fiscalizar a realização desse trabalho.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Feliz cidade artificial


O lugar a donde moro é meio babilônico;
Tem céu, inferno, tudo que quiseres tem aqui.
Tem luzes multicoloridas que me deixam afônico;
Atônico, a ponto de querer sumir.

Faixas no chão pintadas e esquecidas.
Outras luzes lá no alto, frenéticas a piscar,
Brilhando mais que o sol do dia.
Elas só pedem pra parar, pra passagem dar.

Pra quê preocupar-se com o outro?
Minha pressa é maior que tua vida.
Meu carro é feito do mais caro ouro!

Todo ouro que o homem tem se perdeu
Entre as curvas e esquinas do seu caminho...
Entre as faces esmaecidas, sem rima alguma.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Parafraseando gente grande...


Como diz Zé Geraldo em relação à força bruta, ao excesso de força em relação às pessoas e coisas que compõe nossa vida (Como diria Dylan, 1980), ela (a força em excesso) é sim um grande sintoma de fraqueza. Então, o que dizer das grandes potências mundiais que dizimam centenas de milhares de pessoas simplesmente pelos recursos naturais de um povo ou nação? Será por puro egoísmo? Que fraco, que pobre. Por que ser egoístas se estamos e vamos pro mesmo buraco? Não precisamos ser tão inescrupulosos assim. Não vejo motivos.

Belo gancho para dizer que cão que ladra não morde. Cães que ladram somente o fazem para tentar se mostrar maiores ou mais barulhentos e medonhos do que realmente são. E as vezes conseguem. É uma estratégia de sobrevivência, adotada também por muitos outros seres vivos. Belo motivo pra dizer a algumas pessoas que, além de um grande sintoma de fraqueza, às vezes, a força em excesso as fazem esquecer de viver. Vivem suas vidas em função das outras. “Ei você que tem de 8 a 80 anos, não fique ai perdido como ave sem destino. Pouco importa a ousadia dos seus planos, eles podem vir da vivência de um ancião ou da inocência de um menino (...)”: Produza. Não somente se reproduza.

Para elas eu digo que não me deixo “(...) intimidar pela violência, o poder da tua mente é toda sua fortaleza. Pouco importa esse aparato bélico universal (...) O importante é perceber essa força incrível que existe dentro de você (...)” Viva. Seja feliz. Faça-se útil para as pessoas do teu círculo, seja um cidadão para as demais pessoas. Não viva agarrada ao passado, este já ficou nas entranhas do processo de esquecimento. É por isso que existem as fotografias, os livros, as músicas, os museus...

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

No quintal do brejeiro




Saudade do meu tempo de menino...
Corria, chutava bola em pontudo piso,
Brincava, chorava rios e por tudo era riso...
Descalço, ao sol e à chuva, não havia sinal de sino.

Realizado, não me preocupava com nada...
Nem de me lembrar de certas coisas,
Muito menos esquecer tantas outras...
Só vivia intensamente meu mundo encantado.

Subia o pé de siriguela, fruta doce e saborosa
Que me lembra o gosto do beijo
Daquela que um dia foi o meu desejo,
De vida a dois em verso e prosa.

Também tinha pé de manga, coisa boa era subir...
Dentre todas a mais alta, dormida dos azulões-cantores.
Revoavam ao entardecer e gorjeavam até dormir.
Despertavam no alvorecer cantando vida aos seus amores.

A goiabeira era o puleiro, cheiro doce atraente;
 Das pipiras e seus silvos, lindas e azuis da cor do mar.
Comedidas por demais quando um a curiar,
Elegantes como sempre no céu do meu quintal a voar.

Meu quintal era meu mundo todo
Delinqüente, fanfarrão e cavernoso.
Cheio de fantasias, imponente, genial e majestoso.
Lugar bom e sinistro, alegre e vagabundo.

Das mirabolantes fórmulas mágicas lá provei
Fiz de um tudo: amei, chorei, voei.
Subi bem alto e senti o doce cheiro;
Refiz meus passos: agora sou brejeiro.

sábado, 10 de setembro de 2011

Que bobinho!



Eis um dos motivos pelo qual não tenho/sigo religião nenhuma: acreditar em algumas pessoas é algo impossível. Ah, mas isso (mentir, falar verdades...) é da natureza humana, relaxe homi! “Somos brasileiros, tiramos de letra e não desistimos nunca”, já diz o jargão popular. Assim e tranquilamente, tenho vivido após passar por algumas fases de minha curta existência... Mais ouvindo que falando, tenho aprendido algumas coisas interessantes em relação às regras sociais e às pessoas que convivo.

Entendendo a vida como fases, sempre tento fazer uma análise das diversas situações que se apresentam, com vistas a tornar-me uma pessoa mais útil, para mim e para as outras pessoas. Mas, interessante mesmo é notar que no mundo, onde existem atualmente cerca de 7 bilhões de pessoas, todas, sem tirar nem pôr, dispensam um relativo tempo para entender certos aspectos que permeiam a sua vida e a dos outros. É da natureza de cada um. Cada um no seu tempo.

Chocante não é mesmo? Em certo nível, se torna até contraditório perceber milhares de pessoas com mesma faixa etária falando línguas tão diferentes (diria gritantes), embora vivam no mesmo lugar, tenham os mesmos anseios e idioma de origem. Freqüentemente me vejo surpreendido com situações assim. Outro dia fui pego por uma dessas, onde as pessoas de um mesmo círculo social destoaram “pra muito mais de metro”. Tinha um quê de ditadura, algo muito difícil de engolir.

É, pois é. Estou falando sim da Uespi. Nessa situação específica, achei bastante curioso como as pessoas acreditam em outras sem ao menos terem algo de concreto, palpável... Ou mesmo uma espécie de aparato anti-ideológico que fosse. Acredita-se pelo simples fato de acreditar, justificando o injustificável. Servem literalmente de marionete para um sistema que tem se mostrado indiferente com ela mesma. Não fazem a mínima idéia do quanto eles seriam fortes se fossem unidos.

Vi, nesses dias, num canal de televisão local uma pessoa que representava a classe estudantil dessa instituição. Ela dava uma espécie de recado do governador para a população em relação às reformas emergenciais da Uespi: “Ele disse que (...) e que faria (...)”. Promessas e mais promessas. Me perguntei se as pessoas não cansam de ouvir tantas promessas. Quanta bulhufas. Tolice, quanta tolice. E pensar que a universidade é o lugar de formação de cidadãos pensantes. Quanta tolice minha.

Pior mesmo é lembrar que muito provavelmente os “cidadãos pensantes” oriundos de universidades como essa vão futuramente ser os tomadores de decisão. Decisões essas que afetarão diretamente toda uma população. Decisões estas que serão difíceis de engolir, assim como as contradições de agora. Mas o povo vai ter que me engolir! À seco, com areia grossa, com brita ou seja lá o que for...

Para ser mais claro ainda: a comunidade acadêmica da Uespi de Picos está esperando acontecer uma tragédia para enfim cruzarem os braços por melhorias, pelo menos dignas para esse povo. Isso não é nenhum drama. Tanto não é que foi ventilado nesses últimos dias pelo conselho universitário em Teresina que a instituição não tem dinheiro nem mesmo para bancar o vestibular.

Será preciso alguém morrer carbonizado ou por desabamento da estrutura. Quem sabe assim, comprem então um novo caixão – aquele modelo Uespi – que os próprios estudantes levaram para a porta da instituição. Será preciso um novo velório, desta vez para ambas as partes. Quem sabe um velório coletivo.

Universidade: termo bonito não é? Universidaaaaaaaade!... Nome pomposo. Ora, quem não quer ser “dotor”? Lembrei-me agora do ex-governador Mão Santa, que tinha orgulho quando uma mãe ou pai de família de cidades do interior do Estado diziam para ele:

- Senhor Governador, muito obrigado por ter nos trazido a universidade estadual, assim pude realizar o sonho de ter um fio dotô!

- Aaah, não há de quê meu pôôôôôvo... Isso é para o povo do Piiiiiiiiauí!

Universidade: termo que infelizmente muitos governos estaduais fizeram o favor de diminuí-lo, ao ponto de, nem mesmo as pessoas que a fazem, saberem qual o real significado da palavra (refiro-me à etimologia).

A universidade deveria ser um meio muito mais fértil... Nessa fase da vida, as ideias nas cabeças dos universitários fervilham, borbulham nervosamente a procura de respostas para suas perguntas, fruto de suas mirabolantes hipóteses. Sei bem como é, um dia fui um deles que sonhava em mudar o mundo com um projeto de pesquisa.

No meu humilde ponto de vista, deveria haver mais discussões a respeito dos principais problemas por ela enfrentados, com um mínimo de passionalidade. A paixão é de fato muito boa. Mas exacerbadamente pode ser muito perigosa e atrapalha, sobretudo na concepção de soluções práticas. Universidade não é time de futebol e nem vai participar de concurso miss sei lá o quê. Universidade deveria ser lugar de gente pensante. Assim, ela é mais que isso: é o reflexo da sociedade que atende.

Entrar na universidade, só por entrar, é algo que atende às expectativas da sociedade que a banca?

Então, se o governo quer que suas marionetes ajam assim, que seja! Só há uma coisa para ser atentada: ser marionete tem um preço muito alto. O preço da continuidade do status dos grupos que detêm o poder; o preço do não investimento em educação; o preço da barganha e do “faz-me o favor!” da qual o povo infelizmente está acostumado e condicionado. O preço da não mudança de realidade, assegurando-nos uma triste posição no ranking das “n” desigualdades sociais. Parabéns por contribuir com essas pequenas coisinhas.
Mudança se faz é com revolução, com quebra de paradigmas. Como diz um grande amigo florianense que foi embora para o Distrito Federal “em algumas situações, nada de imitar seja lá quem for. Temos de ser nós mesmos (...) puxar a fila, não segui-la”.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Sertanejo


Uai bichim! Dizia uns mineirin
Enquanto os bichos, lá fora, afônicos gorjeavam
Entre os carros, a pista, as pernas... E viajavam...
Eram os mais bunitos, exímios voadores passarinhos.

Enquanto isso, bem no ladecá
Um outro bucado diziam “oxi mulé!”
“Eu lutei dimais pr’essa ponte atravessá!”
Sim, essa mesma ponte onde muitos hão de passar...

Ah eu vou sim te falar do que mais vi.
Por essas bandas, altas paisagens
E tons de branco-cinzas foi o que mais senti.
Explosão de vida em gotas só de passagem.

Vi também rio morto de morte matada.
Vi homens quase mortos por opção.
Vejo céu limpo e azul com sua passarada
Voando bem alto no ar desse meu sertão.


 
Os bichos vão e vem, não usam fronteiras.
Mesmo que uma Serra lhes diga não,
Mesmo que a vida ande no abismo, bem na beirinha.
Esse é o nosso lar: esse é nosso torrão.

sábado, 27 de agosto de 2011

Soneto à minha solidão

Solidão é sempre campo muito fértil...
Entre grandes, postes de concreto,
Muros e mata seca. Tudo muito estéril.
Os fios a vista correm mas não vejo algo de afeto.

Meus pensamentos vagueiam, se perdem entre os quadrados.
Vigiam constantemente meus sentimentos plácidos,
Atacam e fogem vorazmente como um animal caçado...
Tornam-se triviais e, ao mesmo tempo, levemente plásticos.

A solidão é fera e ela agora me devora.
Descarna todo o brilho de minha tímida face,
Não escolhe dia, lugar, momentos nem hora.

A solidão é fogo e ela queima minha essência,
Carboniza minha carne e a transforma em pó.
Caminha entre os pêlos... E me deixa mais só.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Soneto ao novo lar



E na branquidão desse lugar
Meus pensamentos voam devagar.
Sobem e descem numa infinita 'bateção'
Molham e secam as coisas do coração.

Eles fluem, com aparente rapidez...
Rememoram meu estado de escassez.
No entanto, desfrutam de campo fértil.
Pousam e decolam em meu corpo febril.

Aridez em terra fértil é sinal de choro;
Sem mel de abelha, doado pelo cálice da flor.
Sem torrente de desejo, paixão, amor e gozo.

E nesse lugar, das mais altas montanhas e Picos,
Tudo afasta-se e aproxima-se do meu mundo.
Um mundo soturno, entre mortos e vivos.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Uespi, Campus de Picos

 Professora Sorainy Mangueira (à direita) conduzindo a reunião.

Já no primeiro dia em Picos-PI, onde vou trabalhar como professor substituto da Uespi (Universidade Estadual do Piauí) me deparei com um evento muitíssimo interessante. O dito se tratava de uma reunião do Conselho (creio que representativo da instituição) onde os conselheiros argumentavam sobre haver ou não vestibular, devido às péssimas condições estruturais, financeiras e de material humano que a mesma se encontra.

Como era uma reunião pública, me coloquei como cidadão piauiense, contra a realização do exame. Mas, infelizmente, creio que muitos aspectos deixaram de ser amplamente discutidos. Por isso, pretendo elencar alguns aqui.

1 - Como, se o prédio está na iminencia de cair sobre as pessoas, pode funcionar o processo de ensino-aprendizagem na instituição? Correr risco de vida é o preço a pagar pela incompetência do Estado? Que tipo de profissional a comunidade acadêmica deseja formar para a sua sociedade?
2 - Imaginem o quanto (me refiro à cifra, dinheiro mesmo) é disperdiçado (jogado no ralo) com despesas extras com outros prédios, cedidos por livre e espontânea pressão. Não ha um controle sobre esses gastos. Outro porém em relação a isso, é que o dinheiro que ta indo pro ralo é meu e de qualquer cidadão. Pois ele é originário dos impostos pagos por nós mesmos.
3 - Por que o medo da comunidade acadêmica em pressionar o governo? Entendo que não havendo o processo seletivo, poderia implicar numa espécie de "mácula" que nenhum governo desejaria arcar, ou melhor dizendo, ser lembrado por tal. Sim, pois Picos é tida como a terceira maior cidade do Estado e seria muito ruim para qualquer governo ter essa "mancha negra". Entendo que o risco vale a pena, pois a sociedade picoense poderia ser vista como condescendente e, aí sim, poderia reagir revolucionariamente.

4 - O que se percebe, numa leitura bem superficial é claro, é que a comunidade acadêmica possui pensamentos divergentes aos diversos aspectos da formação profissional. Enquanto os discentes pregam que os cursos acabarão em detrimento da não realzação do exame, esquecem que o profissional que dali sai, geralmente não atende às perspectivas da sociedade.

Enfim, dentre tantos aspectos e argumentos levantados na reunião - a maioria esmagadora a favor da continuação do status atual da instituição - poucos ventilaram a cerca da perspetiva de uma melhor qualidade de vida e de condições de trabalho para toda a comunidade acadêmica. Quiçá para a sociedade.


Saí do auditório a me perguntar se o movimento a favor da realização do exame, que é encabeçado basicamente pelo Diretório Central dos Estudantes, tem força suficiente para continuar a luta por melhorias do Campus após a saída dos seus representantes, ou seja, após o "diploma na mão". A resposta, no entanto, me veio logo em seguida, após lembrar da hipócrita comparação da instituição com uma pessoa em estado terminal, ou numa unidade de terapia intensiva. Como, se eles mesmos levaram caixão e tudo para a frente da instituição que eles dizem tanto amar? No mínimo, isso tudo é muito bizarro e contraditório.


Para terminar, não me vejo como uma marionete, mesmo sendo um profissional do quadro provisório. Prefiro ser culpado agindo como um homem racional, digno da espécie Homo sapiens (Linnaeus, 1758). Pago o preço que for para continuar com minhas convicções, a serviço da justiça e não sendo manipulado vergonhosamente por qualquer pessoa.


Em breve, algumas fotografias serão divulgadas, principalmente da estrutura do prédio. Mesmo sabendo que posso sofrer ameaças e retaliações, não posso ficar de braços cruzados esperando o prédio onde vou trabalhar cair sobre as pessoas ou literalmente pegar fogo. Não quero ser carbonizado por um incêndio que pode ter causas criminosas, nem tão pouco quero que pessoas inocentes também sejam.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Soneto dos passarinhos do meu quintal

E como ficam os passarinhos?
Se todas as copas nós os usurparem...
A última eu vi, foi em brasa ao céu. [Subiu como em sonho]
Sucumbiu. Como eu por tanto te amar.

A rolinha já não mais nidifica.
Todos os passarinhos foram embora
Pra um lugar bem lá fora, tão longe que nem sei onde fica.
Onde até o pica-pau não mais a madeira bica

O céu escureceu naquele dia quente
De repente, a fumaça se ergueu
Tornando-nos cada vez mais impotente.

Então os bichos revoaram e aqui não mais cantam
Ficou a saudade e a mais pura certeza
De que quem agoniza mesmo é a minha e a sua natureza.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Soneto

No auge, bem lá no alto de todo o meu amor,
Tudo virou cinzas, se queimou e esfumaçou.
Me restaram as lembranças, as cartas, as canções eternizadas
E as fotografias, com seus versos nos versos que ora ficam cristalizados.
Hoje, tudo se foi. Esvaiu como fina areia entre os dedos.
Arrancou-se, estilhaçou-se o pobre sentimento solitário.
Sem clemência nenhuma o réu foi condenado
Ao tão renegado mundo do imenso vazio.
No vazio, não há dor. Nem tristeza, nem rancor.
Só um grande vácuo ao meu peito comprimir.
Um mergulho no infinito. Sem uma luz a me sorrir.
Magistral é a vida e o seu tempo. Fabulosa, sem igual.
Tudo nela nos ensina: a mente, um fruto e sua semente a germinar...
Obrigado! Mergulho agora na minha água, terra fértil e genial.

Este soneto é uma pequena homenagem à *********, mulher que amei e que me ensinou nuances incríveis e inimagináveis desse sentimento tão sublime que há entre os seres humanos.

P.S. por motivos pessoais, a pessoa antes acima citada solicitou a retirada do seu nome na postagem.

domingo, 14 de agosto de 2011

Plantas do meu lugar

 Pau-d'arco-amarelo
Também conhecido como Ipê-amarelo, a planta pertence à família das Bignoniáceas.
Gênero: Tabebuia


Cajú
Pertence à família Anacardiaceae, uma das características mais interessantes da planta é que o seu fruto se constitui de duas partes: a castanha (o fruto verdadeiro) e o pedúnculo floral; por isso ele é classificado como pseudofruto.
Nome científico: Anacardium occidentale

terça-feira, 9 de agosto de 2011

O tempo ta esgotando ou o esgoto tá sem tempo???

A imagem diz tudo. Talvez, não precisaria dizer o que abaixo escrevi


Foi amplamente divulgado nos meios de comunicação da web que a prefeitura de Floriano, juntamente com uma empresa contratada para implantar a rede de coleta do esgotamento sanitário dessa cidade, estão sendo investigadas por possíveis desvios de conduta, evidenciadas por superfaturamentos diagnosticadas pelo TCU (Tribunal de Contas da União).

E agora, pessoas, o tempo de vocês está se esgotando ou o esgoto da cidade não vai sair mesmo, por pura incompetência e descaso com o coletivo? Assim como a rodoviária, assim como os buracos na cidade e como tantos outros problemas que os florianenses estão cansados de enfrentar diariamente?

Infelizmente, cada vez mais acredito numa das frases mais ontológicas do cinema mundial. Na trilogia de "O poderoso chefão" (The Godfather - direção de Francis Ford Coppola), mais precisamente no terceiro e último filme, um dos personagens - Don Tommasino - afirma categoricamente: "A política e o crime são a mesma coisa". Fiquei a me questionar... E há pessoas no meio "político" que desmentem essa prerrogativa. Mas infelizmente, notícias como essa, sobre corrupção na porta de nossas casas, certamente faz mais brasileiros se interessar menos pelas questões políticas.

É realmente uma grande decepção o que vemos ultimamente em nosso município. Total descaso, eu diria. E o pior: em detrimento de interesses estritamente pessoais. Fora bando de corruptos. Estou indignado com o descaso para com as coisas da minha terra. O lugar que quero viver, investir e contribuir para que pessoas honestas sejam maioria, não precisa, nem deseja pessoas contrárias à esses valores.

Talvez, seria interessante algum deles tentar responder a pergunta-título dessa postagem. Só pra registro.

Para ver a fonte dessa notícia CLIQUE AQUI.

sábado, 6 de agosto de 2011

Enquanto isso, na taberna nos meus sonhos...


Siriguela: Spondias purpurea

Por que teus olhos não me vêem?
Por que tua boca não me fala?
Nem que sim, nem um talvez ou um desdém...
Por que te calas, por que não afagas?...
Por que não sentes? Dissipa meu calor!
Porque não ouves... Retém o meu amor!
Porque não ri... Te esconde na caverna...
Então vai, sente o frio frugal do teu canto turvo,
Ou melhor, te esconde na taberna
Dos meus sonhos tortos, curvos...
Não faz mais nada... Não grita,
Não chora e nem ri. Não corra...
Nem toque mais aquela gaita
Harmônica, florida, que tanto me excita...
Levante a popa, erga a vela e então morra
Na beira do rio-mar, ao lado dos seus dragões,
Dos seres alados que me socorram.
Enfim, toque-o... E pela última vez, o sinta.
Não precisarás de nenhum dos teus cinco sentidos.
Só evoque a chuva. Ela te inundará.


sábado, 23 de julho de 2011

Eu também vou reclamar!









Resolvi dar eco à voz do professor Jair Feitosa (blogue aqui) que vem mostrando a real situação do nosso município. Ele fala nada mais que verdades acerca dos vários problemas maqueados pelo pior prefeito que esta cidade já teve. Esse prefeito, incompetente, é mestre na arte de "maquear" a cidade, passando uma tinta aqui, um fraco reboquinho ali... Mas como todo incompetente, falha inclusive na hora de ser incompetente.
Maquear sim, pois é só prestar um pouquinho mais de atenção em lugares como a curva dos americanos, a própria Av. Santos Dumont (em toda sua extensão), os retornos da parte recém "inaugurada" (?) do anel viário e do próprio asfalto ali colocado (sei não mais acho que ele é do tipo sonrisal, choveu, derreteu).
Mas o assunto dessa postagem é outro. Como pode ser percebido nas imagens acima, o prefeito também foi incompetente em outros campos, como por exemplo, o ambiental. Lembro-me muito bem na época de sua campanha que visava o primeiro mandato, o quanto ele batia veementemente no então gestor por conta disso. Um dos alvos foi a famigerada praça de eventos (???) onde ele e sua equipe de propaganda ecoava aos quatro ventos os escândalos de uma possivel corrupção com recursos destinados a tal obra. Isso, até hoje o senhor e ninguém conseguiu provar. Porquê?
Como de praxe, mil e uma promessas foram feitas e até hoje, dia da produção dessas imagens, nada foi resolvido. Muito pelo contrário. Afinal, e já terminando o segundo mandato, o prefeito foi incompetente em dar boas condições sanitárias e ambientais para o município. O mais engraçado é ver que em ruas onde o esgotamento sanitário foi instalado, o recapeamento asfaltico sobre ele é bem melhor que nas adjascencias, ou seja, na própria rua. Ele, serviu de estreito caminho para carros, motos, biclicletas e em muitos casos, pessoas. E quem é o responsável? A Codevasf, e não o senhor, prefeito.
Entendo que o gestor é o responsável direto pela fiscalização nas diversas áreas de seu município, se fazendo cumprir a lei. No entanto, não é o que se tem observado por essas bandas. A lei n. 9.433 de 1997 diz em seu artigo 31 que:

"Art. 31. Na implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos, os Poderes Executivos do Distrito Federal e dos municípios* promoverão a integração das políticas locais de saneamento básico, de uso, ocupação e conservação do solo e de meio ambiente com as políticas federal e estaduais de recursos hídricos."
Assim, percebe-se que, nem o mínimo, o nosso gestor faz. Melhor dizendo, ele não tem competencia para tal. O que o prefeito e sua equipe tem feito para ordenar a ocupação e consevação do solo, do meio ambiente e os recursos hídricos? A resposta? É só rever as fotos acima. Descaso, esse é o nome da incompetente gestão municipal.
Um conceito que vale ser lembrado nesse momento é o da Ecologia. Esse termo vem do grego "Oikos" que siginifica "casa" e "logos" que significa "estudo". Logo, a ecologia pode ser definida como um ramo da ciência que investiga as relações bióticas e abióticas num dado ambiente, podendo ser extrapolado para um ecossistema, bioma, a sua casa, a sua cidade, estado, país...
Essa extrapolação também vale para a gestão pública: o que se pode esperar de um gestor municipal que não consegue resolver o problema do lixo, dos esgotos que são lançados no seu principal manancial hídrico e do desequilíbrio ambiental evidenciado por tantos urubus?
No meu ponto de vista, um gestor que convive sem problemas com situações assim tem o corpo e a mente sujas. Assim sendo, eu não quero e nem tenho obrigação de ser assim. Ninguem precisa ser se assim o quiser. Conviver no lixo, consumindo água do manancial que se polui com esgoto é assinar uma espécie de "atestado de imundície". Em outras palavras, é ser um porco e tosco.
Se falar a verdade em espaços como esse e do professor Jair é correr risco iminente de processo judicial, acho que autores de ações desse tipo merecem refletir a cerca de suas responsabilidades como cidadão e principalmente, como representantes de um povo. Não tenho medo de falar verdades e a partir de hoje serei mais um a cobrar os deveres dos representantes dessa cidade a qual faço parte como cidadão atuante. Afinal, cumprir os deveres não é mais que uma das obrigações dos nossos representantes. Vou usar os meios que tenho para também contribuir com a melhoria da qualidade de vida das pessoas. Os florianenses estão precisando disso.

*grifo meu

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Punaré Bar



De quinta à domigo, o Punaré Bar - situado no Cais da Beira Rio, em Floriano-PI - abre suas portas para os artistas da terra. Propondo mudar uma realidade dominada por excesso de som automotivo, que infelizmente se encontra em vigor num dos mais belos cenários naturais de Floriano, os organizadores do espaço oferecem mais uma opção cultural priorizando os artistas locais e sua produção intelectual. Confira a programação:

Quintas, às 20:00: Chico Mário Voz e Violão, com sucessos consagrados e repertório dedicado à cultura musical nordestina e carioca, além de composições próprias e de artistas locais

Sextas, às 21:00 e sábados, às 14:00: Anderson e Francis com seus violões-guitarra. Eles trazem no seu repertório músicas consagradas do gênero Pop Rock Nacional, além das principais atualidades musicais

Domingos, às 14:00: Chico Mário Voz e Violão, com o mesmo repertório

Então fica aberto o convite conforme programação semanal. Traga seus amigos e família, pois o Punaré Bar tem o atendimento que você merece a preço justo e com produtos de excelente qualidade.

Punaré Bar, o lugar de quem curte pensar!

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Rio Parnaíba - velho monge



 meu brother galego

 êh velho monge!





Belezas naturais do rio Parnaíba, na região de Floriano, Piauí. Bichos exuberantes como o surubim (Pseudoplatystoma sp.) são comuns, mas correm sério risco de sobrexploração do seu estoque natural. Vale a pena conhecer o rio Parnaíba. Muito provavelmente, essa visão não existirá mais após a construção de 5 (cinco!) usinas hidrelétricas. Uma pena.

A caixinha e o violão

A caixinha preta não toca. Ela tem um lindo violão no seu visor, como uma moldura de papel de parede, mas não toca. Ela tem também um banco branco de ferro e várias letrinhas flutuantes, juntamente com uma linda e verde samambaia. As cores são contrastantes e lindas, e enquanto ouço “Lucy in the Sky with diamonds” meus ouvido teimam em dizer que a caixinha não toca, nem tão pouco seu violão.

Enquanto isso, meu violão está deitado, confortavelmente. Ele sim toca; ele sim chora baixinho e expande minha mente para coisas impossíveis, para dimensões inimagináveis, muito além do horizonte.

Descobri a pouco que a tal caixinha não é somente preta: tons discretos em cinza além de pontos verdes e vermelhos também podem ser notados. No entanto, olho de relance para o ar e sinto um aroma agridoce pairando sobre a ponte. Tento descobrir se meus pensamentos podem ser verdade ou se mais uma vez serei enganado pela tentação do querer ser poder.

Enquanto isso ela insiste em não tocar. E o meu violão, bem baixinho. Só ele sabe o que meus dedos intrépidos sentem ao tocá-lo delicada e deliciosamente. O tempo passa e cada nota, acorde e minuto, juntos, é uma eternidade transgressora. Cada minuto soa como as vinte e quatro horas por dia mais mal vividas de toda a minha curta vida.

O meu mundo é um universo. Gira, brilha, pula e se movimenta em constante desequilíbrio. O meu mundo é o caos, dinâmico e avesso a qualquer monotonia. Ele quer ver o cosmo reagir às intempéries monótonas dessa juventude transgredida e fechada dentro de si; dessa juventude senil de pessoas que nunca ousam querer ser melhores consigo mesmas. Que não ousam amar de verdade.

Enquanto isso, a caixinha preta não toca. E o meu violão, gentilmente chora. Bem baixinho... Because?

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Poema sem graça



E de repente, tudo ficou sem graça.

As diferenças de níveis, tão evidentes

Me rogaram as mais intensas pragas

E me fizeram o escravo da corte mais sorridente.

Parar, as vezes, é a melhor saída

Te situa, te recoloca e dá um novo rumo.

Mais caminho sob minhas escolhas

Mesmo que elas me levem ao fundo do poço

Mesmo que delas eu morra sem a mínina escolha

Mesmo que afunde num mar de glórias ou de pleno fracasso.

Hoje, a noite é nossa. Digo mais, é mais minha que sua.

E entre risos e sorrisos, bocejos e assobios

Ela, mais que tudo, vingou mais uma vez

Arregalando-me as retinas

Pras cortinas que à séculos para mim se despiam.

Felicidade é um carma, talvez um dom;

Talvez eu a tenha sentido.

Ração para peixes




Farelo de soja, de milho e de trigo. Pronto, é a garantia de grande quantidade de proteína e carboidratos de origem vegetal. Para completar, farinha de ossos (ou carne), de vísceras de frango ou peixe (ou ovos) e um complemento vitamínico (existem várias marcas no mercado). Agora sim está formulada a ração ideal para diversos animais domésticos, como por exemplo frangos e peixes. Proteínas, carboidratos, vitaminas e outras substâncias importantes para esses organismos estão presentes na quantidade ideal para um pleno desenvolvimento.

A partir de então, passe numa daquelas máquinas de moer carne, para compactar a massa homogeneisada a partir desses ingredientes, mais 30% de água. Se não tiver um moedor, relaxe. Compacte com algum instrumento (como um rolo) sobre uma superfície lisa (como uma bandeja, por exemplo).

Em seguida, seque na estufa a 55°. Não tem uma estufa? Faça que nem eu e aproveite o sol do Piauí. Ele é excelente para esse tipo de coisa. A natureza também agradece.

Extraído de Pereira-Filho (Comunicação pessoal), 2009.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Flor de feijão

(Foto: Chico Mário)



A flor do segredo, desse mar de terra e ar

Não é púrpura, alva ou sequer negra.

Tem tons desbotados, mesmo sem descorar;

Brilha, alumia e com tudo transborda alegria.



A flor do meu desejo e do meu quintal

É viva enquanto vida e chuva tiver.

Com orvalho molha-se, e da terra provê seu sal;

Com prazer, deleita-se com a alegre Mel, ser todo fugás.



E o ciclo das coisas fluem;

No cantar das aves,

Sob um efeito borboleta...



Água e sal enfim as nutrem;

Reencontrando átomos e silvos,

Sob o crivo indelével da mãe natureza!



sexta-feira, 15 de abril de 2011

É nóis na fita!


Depois de um tempinho sem atualizar o blogue, óia nóis aqui de novo! Como se percebe, estou no DF, centro do poder brasileiro. Depois de defender meu trabalho de dissertação no INPA em Manaus, resolvi passar aqui pra visitar uns amigos de longa data e conhecer um pouco da capital federal, antes de voltar ao rincão.

Cheguei por aqui no dia 11/04 (segunda) depois de ter perdido meu vôo (que lezeira!) e nesse meio tempo já deu até pra gravar umas faixas de voz e violão no studio de gravação GS, de propriedade de quatro grandes amigos meus de infância que possuem também uma banda de forró lá pras bandas do Riacho Fundo II. Foi legal pq foi uma primeira experiência nesse sentido e fiquei bastante a vontade.

Bom, acho que já na próxima semana estarei em terras florianenses pra matar a saudade dos familiares e amigos. Depois do término do curso, tenho certeza que passarei por uma fase meio trash, sem perspectivas breves de trabalho. Mas é isso, vou pegar meu violão, cantar e tocar pro tempo passar e as coisas se ajeitarem. É isso ai, tô na pista.

domingo, 3 de abril de 2011

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sexta-feira, 1 de abril de 2011

Humor com verdade

Assim como o autor do texto abaixo, me neguei a escrever uma linha sobre uma "grande polêmica" causada por um ator de teatro que ia se apresentar em Teresina. Dentre tantas bobagens que li depois disso, me conforta por demais saber que existem muito mais pessoas que pensam coisas parecidas com os meus pensamentos. Por isso, resolvi reproduzir aqui um texto muito engraçado do Danilo Damásio, onde o bom humor e uma dose ideal de verdade podem ser notadas. Aproveitem pra rachar de rir que nem eu fiz, sozinho em meu quarto...

Por Danilo Damásio


No Piauí, a bufa duma muriçoca vira um trovão. Viu, Seu Marauê?



Três coisas não faço mais



Minhas amadas leitoras e meus queridos leitores, quequiá?! Começo esta coluna de hoje dividindo com vocês uma decisão que tomei esta semana para toda a minha vida. Não vou mais a formaturas. É o fim! É o fim de uma vida sem compromissos. Ninguém espera muito de um cidadão que ainda está nos bancos de uma faculdade. Nem que ele pague suas próprias contas. É o coitado pegar o canudo e jogam a carga do mundo todo nas costas dele. Tem que procurar emprego, tem que passar em concurso e o escambau. É luta!!!


Também não vou mais a casamentos. É o fim! É o fim de uma vida de liberdade, na qual o cristão exerce plenamente o seu direito natural e constitucional de ir e vir. Casou? Adeeeus, rosa! Tem que dizer pra onde vai, com quem vai, o que vai fazer, quando volta... Mas não basta dizer. Aqui acolá, ainda passa por aquele bocado de estar numa mesa de bar com os amigos e a mulher ligar no celular, toda cheia de razão, e inquirir: “Tu tá onde? Quem tá ai? O que que tu faz que não vêim pra casa? Diabéisso? Tu casou e quer levar uma vida de solteiro? Só no inferno! ... “ É a morte em vida!! É luta!!


Outra: não vou mais a velório. É o fim! Aí é que é o fim, mesmo!


Também não vou mais votar! Na campanha, o candidato é meu amigo, me paga bebida, me liga todo dia, me enche de promessa, me enche as venta de folha... E, quando acaba a eleição? Dinéelsu!! O homem desaparece! Aí é o fim! É o fim de uma amizade que eu tava crentezim que era pra vida toda! É luta!


E quer saber de mais uma? Também não entro mais em confusão. Já que toda confusão tem dois lados, por mais que você ganhe, você acaba perdendo, porque sempre desagrada a alguém. Por isso mesmo, jurei pela luz da Cepisa que não vou me meter nesta confusão que um tal de Marauê, ator do Sul do país, armou quando postou no Facebook que o Piauí é o cú do mundo. Pronto! Fedeu! Caíram de pau nele!


Óia! Igí! Eu vou bem ali assim e volto já,já, viu?


O fiofó de cada um


Tem coisas na vida que quando tão perto fazem raiva e quando tão longe fazem falta: fusca e menino ruim são duas delas.


Outras, funcionando bem, ninguém lembra que tem, mas quer ver o cabra se lembrar e num instante virar a coisa mais importante do mundo é tá esculhambado. Dente e fiofó são duas delas.


De dente, eu não preciso falar. Todo mundo tem – ou teve – pelo menos 28 na boca. A chance de já ter sentido dor é grande. Eu quero falar é desta outra parte que todo mundo só tem um e costuma não dar... o devido valor.


Numa poesia chamada “Matuto Doente das Partes”, o Jessier Quirino faz uma verdadeira obra de arte sobre este órgão tão importante:


“No tronco do ser humano,/nos "finar" mais derradeiro/tem uma rosquinha enfezada/que quando tá inflamada/incomoda o corpo inteiro//se tossir, se faz presente/e se chorar se faz também./ O "cabra" não pode nada/com nada se entretém/eu lhe digo, meu "cumpade"/não desejo essa "mardade"/ pra rosca de seu ninguém...”


Eu tiro que uma coisa é importante quando tem muito apelido. Quer ver? Mulher: broto, gata, rosa, fulô, deusa, princesa, rainha, filé, boneca, paixão, razão, amor, avião, tchutchuca, beibi, râni... E dinheiro? Este é que tem mesmo: tutú, vintém, corró, cascalho, tustão, conto, barão, pila, bala, unzim, merenda, bufunfa, volumoso...


Mas, em matéria de sinônimos, nenhuma das coisas importantes chega nem às prega do tanto de nome que dão para essa parte do corpo da gente que não anda nem se amostrando. Veja aí o tanto de nome que o Jessier arranjou : “bufante, frescó, apito, bozó,furico, fedegoso, piscante, pelado, boga, fosquete, frinfra, sedém, ficha, vintém, ás de copa, foba, "oi" de porco, "ané" de couro, cagueiro, pregueado, boca de "veia", zangado, aro treze, carrapeta, rosca, frasco, ceguinho, tripa gaiteira, fonfom, mucumbuco, forever, x.p.t.o., "subiador", tripa oca, boca de caçapa...”


Lá pelo final do poema, o Jessier relata como foi o encontro do matuto com o médico:


“O doutor se preparou-se,/ parecia Galileu/aprumou um telescópio/quem viu estrela fui eu.//Ele disse:"arriba as pernas"/Eu disse:"tenha calma, sonho meu"/A partir daquela hora,/Perante Nossa Senhora,/Não sei o que "assucedeu"...”

Bufa de muriçoca


Voltei! Quando o post do Facebook do tal do Marauê caiu na boca do povo, o efeito tsunami da internet fez com que em pouco tempo a cidade toda ficasse sabendo da atitude dele.


Como eu já sou passado na casca do alho, não me surpreendi com a barulheira. Numa terra em que não acontece nada, a bufa de uma muriçoca vira um trovão. Eu fiquei cá na minha, vendo o circo pegar fogo. Teve gente da mídia que se apressou logo em fazer debates no rádio e na TV, em defesa da honra do Piauí. Outros, dos meios escritos, fizeram notas e artigos, cada qual mais indignados com a desmedida ofensa aos nossos brios. Teve gente que enterrou foi ovo pra gorar e jogar no rapaz na hora do espetáculo, que ia ser apresentado no Teatro da Assembléia. Teve gente ainda que chegou ao limite de pedir a prisão do ator. E, por fim, o petista Fabio Novo cavou seus 15 minutos de fama. No exercício da presidencia da Assembléia, proibiu a encenação da peça no Teatro daquela casa. Com isso aí, o ator e sua equipe aberaram. Anoiteceram e não amanheceram!


Só esqueceram foi de perguntar para o Marauê, onde ele estava quando colocou aquela mensagem na internet. O Piauí pode ter cometido uma tremenda injustiça com o rapaz.


Já pensou se ele, naquele momento estivesse dentro de um buraco da Avenida Henry Wall de Carvalho? Ou dentro da Uespi? Ou do lado da Ceasa onde matam os porco? Ou na obra inacabada do Centro de Convenções? Ou no Verdão, abandonado? Ou na Potycabana? Ou no interditado Teatro 4 de Setembro? E se fosse no interior do Mercado Central, escuro, apertado e fedorento? Tava certo ou não tava?





e-mail:damasio.danilo@yahoo.com.br



twitter: @damasiodanilo




Fonte AQUI