sexta-feira, 17 de julho de 2009

MINISTRO SE POSICIONA EM DEFESA DO ENCONTRO DAS ÁGUAS




O Ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, assim que chegou ao Campus da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), na tarde de quinta-feira (16) às 14h, foi abordado pelo coordenador do NCPAM, professor Ademir Ramos, entregando em mãos o manifesto do IV Mutirão Em defesa da Amazônia, protestando contra a construção do Porto das Lajes nas mediações do Encontro das Águas, na zona leste de Manaus. Minc veio a Manaus participar da Reunião Anual da SBPC para expor sobre a “Biodiversidade e a Sustentabilidade”.

A Conferência do Ministro do Meio Ambiente se deu no Auditório Solimões do Instituto de Ciências Humanas e Letras da UFAM com “casa cheia”. Assim que terminou sua exposição, o Ministro passou a responder as perguntas formuladas pelos participantes das SBPC.

Minc foi perguntado sobre de que forma o IBAMA poderia somar com o Movimento S.O.S. Encontro Águas para proteger o esse patrimônio contra a perversão de se construir um Porto nessas mediações. O ministro foi incisivo em sua resposta, fazendo referência ao manifesto que lhe foi entregue e afirmando categoricamente que “vai apurar os fatos e a qualquer momento o IBAMA pode participar desse processo, envolvendo a Agência Nacional das Águas (ANA) para avaliar o curso das ações”. O Ministrou finalizou chamando atenção de se definir o Plano de Bacia Hidrográfica fundamentado numa “visão integrada contrariando as visões eventuais e pontuais”.

O Ministro se comprometeu em dar uma resposta assim que se inteirar melhor do processo. Entre os participantes encontravam-se no auditório da SBPC os comunitários da Colônia Antonio Aleixo, que durante a coletiva de imprensa se manifestaram com faixas e cartazes. Para o líder comunitário Isaque Dantas “esse momento foi oportuno para se mais visibilidade a nossa luta em defesa de um patrimônio que local e mundial, contrariando a gana do capital que pretende privatizar por meio da construção do Porto das Lajes”.

Fonte: ncpam.com

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Semente de Tudo




Eu sou o atalho de todas as grandes estradas
por onde passei
Das vilas pequenas cidades por onde andei
Herança de casos passados, migalhas do pão consumido
Eu sou a metade de tudo que você tem sido

Nas ruas num sol de dezembro
eu sou o farol e a contra mão
Da flor que carregas no peito
Simples botão...
Sou parte maior desse germe
que prolifera e contamina
Querendo construir morada em você menina
Doce menina, doce menina...

Eu sou uma parte do pó
Que compõe a estrada de terra,
Você é água cristalina lá no pé da serra
Retalhos de noites vividas
num albergue, pensão ou motel
mostrando caminho seguro
Um jeito de céu

Eu sou uma parte da noite
que entra no dia no alvorecer
Você é a semente de tudo
Eu vivo a partir de você

***


Semente de tudo - Zé Geraldo

terça-feira, 7 de julho de 2009

Uma carroça bem pesada




Fiquei muito surpreso ao saber por um amigo, a notícia que o Prefeito de Manaus, Sr. Amazonino Mendes proibiu o uso de carteirinhas estudantis - Passa-Fácil - sem que as mesmas estejam cadastradas num referido sitio da internet. Nesse Brasil que tem vários “Brasis”, quero entender como essa brilhante idéia percorreu o Sistema Nervoso Central de V.Ex.a o digníssimo prefeito.


O que ocorre é que no mundo de hoje, a informação é algo muito dinâmico. Mas ela é passível de falhas ao longo do seu trajeto, inevitavelmente... É só fazer aquela tão conhecida brincadeira do telefone-sem-fio... Ora, como pode num mundo dito “globalizado” pessoas não terem acesso à informação?

Simples: da mesma maneira que nossos governos tratam de questões como a do transporte público. Com desleixo. Todo santo dia em que saio da minha residência, vejo um dos ônibus (posso chamá-los de ônibus???) quebrado, precisando de reparo por falta de manutenção. Num belo dia (e fatídico), fui vítima desse descalabro... Lá vou eu e uma galera sair do ônibus lotado pra entrar num outro mais lotado ainda, rumo ao centro da cidade...

Sou novo aqui na cidade, eu entendo... Mas, o que mais me chama atenção é que numa cidade como Manaus, com mais de 2 milhões de habitantes eu só veja veículos de uma só empresa. Algo assim, só vi mesmo em grandes e famosos monopólios que o Brasil e o mundo já conheceram, que dificultaram a concorrência e consequentemente a queda dos preços que eram praticados. Queria eu ser mais inocente pra não suspeitar o que acontece atrás da coxia.

E os estudantes, como ficam? Ah, podem ficar à pé... Sem problema, eles sabem mais que ninguém brigar e reivindicar seus direitos, isso é fato, e histórico. O que seria de nós brasileiros se não fossem os estudantes? Sim eles brigam, vão presos e até são assassinados às vezes, por esse estado que não é nação. Pobres estudantes. Difícil saber em quem confiar nessa hora tão árdua. Mas eles não morreram, e dispostos estão a mudar tudo o que lhes forem ruim, e que de ruim lhe fizerem. Só basta fazer.

Segundo alguns sociólogos, essa proibição do uso da carteira Passa-Fácil pode causar alguns efeitos colaterais. Das duas uma: ou bagunça tudo de vez e o povo engole calado, pianinho, pra dar o troco depois (o que é péssimo pra democracia) ou esse resultado pode ser sentido em ônibus vazios, seguido de muita reclamação por parte dos estudantes que não conseguirão chegar em tempo hábil em sala de aula.

E isso é bom pra educação Sr. Prefeito? Que incentivos o governo tem dado para questões como essa, que permeiam tudo quanto diz respeito à presente e futura governabilidade? Sim, pois um povo com baixa escolaridade é um povo violento, um povo que não tem cuidado com sua própria saúde assim como demais coisas que se refletem em maiores gastos, estes que poderiam ser evitados caso um bom planejamento tivesse sido efetuado. No final das contas, os cofres públicos arcam com toda a despesa, que fora financiada por uma aplicação errada no passado no setor educacional (ou não aplicação... espero eu estar enganado!). É o seu, o meu dinheiro que está indo pelo ralo.

Proponho ainda, como biólogo de profissão e paixão, que se retirem todas essas “Caieiras” ambulantes que aqui se chamam de ônibus. Pode até ser que o carbono emitido pelas descargas desses veículos sejam seqüestrados pela floresta amazônica (coisa que duvido muito), mas o ar dessa cidade é insuportável, principalmente nos principais corredores e avenidas. Quero ver em tão pouco tempo, essa cidade, incravada no meio da floresta ser modelo para a humanidade - como tem sido tão amplamente divulgado pela assessoria de imprensa dos governos locais – em virtude de alguns jogos da Fifa’s Word Cup Soccer. Sim, voltemos às carroças... elas sim são boas para o povo...

segunda-feira, 6 de julho de 2009

IV Multirão em Defesa da Amazônia



Por NCPAM*


Neste final de semana em Manaus, na sexta (10) e no sábado (11) participe desta manifestação. Reúna seus amigos de fé e venha demonstrar o seu amor pela Amazônia, conhecendo as tramas tecidas contra a soberania popular. Não fique calado venha e manifeste sua indignação contra a privatização do Encontro das Águas, contra o recurso público que vai se gastar escudado na realização da Copa do Mundo no Amazonas, contra a poluição química do Lago do Aleixo, contra a poluição dos igarapés de Manaus, contra os tubarões do transporte coletivo que perseguem os estudantes que lutam pela meia passagem, contra os políticos bandidos que negociam seus mandatos contrariando os interesses populares, contra o abandono dos ribeirinhos no interior do Estado, contra a legalização do latifúndio na nossa Amazônia, contra as políticas públicas de péssima qualidade, contra a corrupção e imoralidade reinante no congresso nacional, contra o corporativismo no legislativo e judiciário em favor do nepotismo e dos mensalões dos parlamentares, contra a depredação da floresta e de seus recursos naturais. Não seja indiferente, participe discutindo e formulando propostas para combater os governantes corruptos, os políticos bandidos, empresários aventureiros e cidadãos viciados. Se for verdade que a religião é o bálsamo para os homens a política deve ser então a religião cívica fundada na fé pública capaz de remover montanhas e converter os homens em sociedade a se submeterem ao império do Direito e da Justiça Social na perspectiva de valorização e respeito à coisa pública, que nada mais é do que a promoção da Justiça Distributiva sob mandamento político do desenvolvimento humano.



Local - Centro Social Frei Müller


Colônia Antonio Aleixo – Zona Leste de Manaus, capital do Estado do Amazonas.


Informações: 3212-9047 / 3212-904581585753 / 8197-0102


Teremos um ônibus saindo ao lado do T5 ( na Bola do São José)


Programação:


Dia 10 - Sexta-feira


18h às 21h - Acampamento

Noite Cultural

Tribuna Popular

Dia 11 - Sábado

07h - Café (para os acampados)

08h - Acolhida

08h15 – Mística

08h30 - 1º TEMA: Água como um bem comum,direito de todos

Palestrante -Dr. Fernando Dantas UEA

9:30h -Intervalo

9:h45 - 2º TEMA: Adutora e Abastecimento deágua Zona Norte e Leste

Palestrante - Francy Jr., Assistente

Social Isaqui Dantas, Dep. Praciano

12h - Almoço

13h30 - 3º TEMA: Porto das Lajes

Impactos Sociais e Ambientais

Palestrante – Antropologia - AdemirRamos - UFAM, Dra Elisa Vieira Wandelli-Embrapa e Pe.


Guillermo Cardona - CDHArquidiocese de Manaus.

15h - Intervalo

15h20 - Plenária dos Eixos

16h - Encaminhamentos

17h - MISSA AMAZÔNICA Torre da Embratel -

Participação Grupo Imbaúba

Realização: Pastorais Sociais da Arquidiocese de Manaus, Comitê de Direitos Humanos da Arquidiocese de Manaus, Conselho Gestor Socioambiental da Colônia Antônio Aleixo e Bela Vista, SOS Encontro das Águas.

Lançamento do Programa: O arcebispo de Manaus, Dom Luis Soares Vieira junto com os agentes pastorais, lideranças sociais, políticos, ambientalistas, estudantes, sindicalistas e o movimento SOS Encontro das Águas, nesta quinta-feira (09) às 9h, na Catedral Metropolitana de Manaus, estará concedendo entrevista coletiva aos meios de comunicação de massa quanto a importância do evento frente às formas de pressão que avançam contra a nossa Amazônia
* Nucleo de Cultura Política do Amazonas

domingo, 5 de julho de 2009

Obras do PAC na Amazônia



Recebi esse email do meu amigo de trajetória amazônica Ney Araújo. Ele é Cientista Social, Pesquisador do NCPAM, membro do NAVI, formado pela UFAM em Manaus. Obras como essa estão por todo país com a desculpa de gerar energia "limpa" a todo custo, inclusive na Bacia do rio Parnaíba, onde estão previstas 5 usinas hidrelétricas até 2016, que literalmente, acabarão com as caracteristicas fluviais inatas do sistema, juntamente com seus sistemas de várzeas que garantem a reprodução de inúmeras espécies ainda não conhecidas e investigadas pela ciência.





Justiça Federal paralisa licenciamento de Belo Monte


Ordem para suspender o processo atende pedido do Ministério Público Federal em Altamira.

A Justiça Federal em Altamira aceitou parcialmente os argumentos doMinistério Público Federal e mandou suspender, ontem (03/07/09), a aceitação dosEstudos de Impacto Ambiental da hidrelétrica de Belo Monte.


O Ibama havia aceitado os Estudos no último dia 25 de maio, mesmo comseus próprios técnicos apontando falhas no trabalho. Com a decisão, olicenciamento fica paralisado até que o Ibama explique a situação.


O principal argumento do MPF ao solicitar a paralisação é a falta deparcela dos documentos exigidos, dentre os quais parte fundamental dosestudos antropológicos do impacto sobre os indígenas.


As empreiteiras Camargo Corrêa, Norberto Odebrecht e AndradeGutierrez, responsáveis pelos Estudos, não apresentaram todos oslevantamentos antropológicos necessários. Para o MPF, sem isso, olicenciamento não pode prosseguir.


Falta completar o estudo justamente da questão que mais suscitoudebates e polêmicas na sociedade nos últimos 30 anos, desde que sefalou pela primeira vez em barramento do rio Xingu. “É inadmissívelque o Ibama aceite os Estudos com uma lacuna dessa gravidade”, explicao procurador da República Rodrigo Timóteo, de Altamira, responsávelpela ação judicial.


A falta dos estudos antropológicos foi apontada pelos próprios técnicos do Ibama, em pareceres anteriores à aceitação do Estudo, que parecem ter sido ignorados pela direção do Instituto.
Os técnicos notaram outras deficiências graves e solicitaram, por exemplo, que fosse refeito o Relatório de Impacto Ambiental – parte do Estudo em que se apresentam de forma simplificada as conclusões, para compreensão da população.


O MPF também apontou outras irregularidades na forma como vem sendoconduzido o licenciamento. Aceitar os estudos com essas falhas demonstram o açodamento do órgão licenciador, diz Rodrigo Timóteo.


O processo é de responsabilidade do juiz Antonio Carlos de Almeida Campelo e tramita com o número 2009.39.03.000326-2

MPF/PA acusa funcionário do Ibama de irregularidade no licenciamentoda Usina de Belo Monte
Licenciador de Belo Monte é processado pelo MPF – O Ministério PúblicoFederal (MPF) entrou na Justiça com uma ação por improbidade administrativa contra o coordenador de energia elétrica substituto doInstituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Adriano Rafael Arrepia de Queiroz. Na ação, ajuizada nesta terça-feira, 23 de junho, Queiroz é acusado de ter validado estudos ambientais do projeto da hidrelétrica de Belo Monteque, segundo técnicos do próprio Ibama, ainda estavam incompletos.

Caso condenado, o coordenador poderá perder a função pública, ter seus direitos políticos suspensos por cinco anos e terá que pagar multa equivalente a cem vezes o valor da remuneração que recebe. Também poderá ficar proibido de contratar com o poder público e de receber créditos ou benefícios fiscais por três anos.
A Eletrobrás e três das maiores empreiteiras do país (Camargo Corrêa, Norberto Odebrecht e Andrade Gutierrez), empreendedoras do projeto Belo Monte, encaminharam os Estudos de Impactos Ambientais (EIA) e o Relatório de Impactos Ambientais (Rima) ao Ibama em 30 de março. Em 28 de abril, técnicos do instituto deram um parecer alertando para a falta de uma série de informações nos estudos. Entre os documentos faltantes estão os estudos dos impactos sobre a população indígena.

Em 4 de maio foi a vez do Rima ser criticado. “O Rima não atende a seu objetivo principal, qual seja, de informar e fornecer à população e aos agentes interessados um entendimento claro das consequências ambientais do projeto. Portanto, recomendamos que, para a disponibilização à população e apresentação em audiência pública, este seja revisto, considerando-se os pontos aqui elencados, e atendendo aos diplomas legais e ao termo de referência emitido pelo Ibama”, registraram os técnicos. E em mais um parecer, de 20 de maio, eles voltaram a afirmar a necessidade de revisão do Rima.

Apesar das advertências, no mesmo dia 20 de maio Adriano Queiroz declarou os documentos como aceitos pelo Ibama, requisito essencial para a concessão da licença ambiental para o empreendimento. No despacho de aprovação (aceite) dos estudos, Queiroz “libera” a Eletrobrás da apresentação dos estudos de impactos sobre a população indígena e sobre grutas e cavernas e ainda considera desnecessários os estudos sobre a qualidade da água.

“Não faz qualquer sentido a permissão para que se apresente documentos faltantes no momento do aceite, para fase posterior, onde o tempo fica mais escasso para o debate, o que frauda a efetiva participação popular no debate”, criticam os procuradores da República Felício Pontes Jr. e Rodrigo Timóteo da Costa e Silva. “O que parece ressaltar é a tentativa de se antecipar a data do aceite do EIA/Rima, a designação de audiências públicas e, por fim, o licenciamento, dentro do cronograma apresentado pelo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), sem considerar a legislação nacional e o respeito aos povos residentes na Bacia do Rio Xingu”, complementam.

MPF quer que Ibama reconsidere as deficiências do estudo de impacto ambiental da BR-319
A 4ª Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público Federal (Meio Ambiente e Patrimônio Cultural) recomendou ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) que considere as deficiências do estudo de impacto ambiental (EIA), demonstradas durante a audiência pública sobre a BR-319, realizada no mês passado, e no parecer produzido pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), para responder de forma fundamentada todos os questionamentos ao EIA.

A recomendação também pede que se abstenha de proferir decisão sobre a viabilidade ambiental do empreendimento e expedir qualquer licença ambiental até sejam cumpridas todas as condicionantes estabelecidas no relatório final do grupo de trabalho instituído pelo Ministério do Meio Ambiente. E que determine a complementação do EIA para que seja incluído, na análise, estudo sobre os povos indígenas que vivem naárea de influência do empreendimento.

O Ibama tem o prazo de dez dias para remeter informações sobre ocumprimento das condicionantes do relatório do grupo de trabalho sobrea BR-319, especificando o nível de implementação de cada uma das medidas, o cronograma atualizado, com previsão da data de implementação das metas e as responsabilidades de cada órgão envolvido.

sexta-feira, 3 de julho de 2009



Eu te amo porque te amo.

Não precisas ser amante,

E nem sempre sabes sê-lo.

Eu te amo porque te amo.

Amor é estado de graça

E com amor não se paga.


Amor é dado de graça

É semeado no vento,

Na cachoeira, no eclipse.

Amor foge a dicionários

E a regulamentos vários.


Eu te amo porque não amo

Bastante ou demais a mim.

Porque amor não se troca,

Não se conjuga nem se ama.

Porque amor é amor a nada,

Feliz e forte em si mesmo.


Amor é primo da morte,

E da morte vencedor,

Por mais que o matem (e matam)

A cada instante de amor.



Carlos Drumond de Andrade