domingo, 26 de setembro de 2010

Save the planet



Seríamos nós "pulgas" num cão?

Em meio ao turbilhão de falácias oriundas do momento "democrático" pelo qual atravessamos agora, indico o video no endereço da web abaixo nada educativo aos conservadores. Ainda bem que to indo pra campo hoje e ficar longe, bem longe desse barulho que teima em rasgar meus sensíveis ouvidos.
Divirtam-se com o George Carlin. Ah, e a propósito, salvem o Brasil por mim nessas eleições.


http://www.youtube.com/watch?v=X_Di4Hh7rK0

Ecos para um surdo

Ouviram do Mindú às margens fétidas

De um povo porco, heróico e redundante

E os sóis da liberdade em neons túrbidos

Iluminam o palco, a nudez e o indiferente



Ah! Se o senhor dessa desigualdade

Conseguisse disfarçar à mostra o púbis!

Nos seios dela, sem liberdade

Entrega o próprio peito à sua sorte



Oh terra amada, acamada, salve salve!



País de sonhos curtos, seja símbolo

De frente de uma platéia abobada.

Não manche o verde-louro da sua flâmula

Só agonize sem prazer no teu espermático leito



Oh pátria amada, mal gozada, salve salve!

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Caboco sonhador

Caboco sonhador que busca atravessar o universo

Procurando respostas pras perguntas novas de cada dia

Corre atrás também, no homo, ideal consenso

Que vive de melhores sonhos além da boa e pura nostalgia



Caboco do entre-meio, lá das folhagens

Que não é caatinga, nem tão pouco cerrado

Caboco que busca nas mais lindas paisagens

Uma maneira de alegrar de vez o coração calado



Deixe estar só pra ver como é que fica

Não venha com cravo, ouro, incenso ou mirra

Nem todas as demagógicas maravilhas do mundo



Só deixe ficar... pra quem sabe ficar de vez;

Deixe molhar, pra minha e sua terra vencer:

Deixe viver, pra enfim morrer sem lucidez.

Qual a tua teoria?

E haja tanta teoria para o “bem viver”... É como se a vida fosse um jogo de futebol onde tu és a bola?! Ou, seria como se todas as teorias conspiratórias, de repente, fossem incrivelmente extirpadas... O que seria de nós sem elas?

Já visitei os sete reinos, aonde eu tinha que cantar. Já nadei os sete mares com gigantes tubarões-brancos, mantas de raias e as criaturas mais medonhas que há nas profundezas abissais.
Os sete reis, de onde cantei, me ofereceram sete princesas, da mais alta estirpe. Dos sete mares recebi as mais belas visões, e nelas, mergulhei num só fôlego... Profundo foi o mais profundo que pude.

O rei que se chamava de João, foi o mais rude entre os tais:
- Amor, alforria e viola. O que mais tu queres? Indagou.

O rei dos mares foi o mais leal. Disse que de todos os mares, o dele era o mais real. Seu mais pontiagudo dente, de todos os outros, foi o mais belo presente; lembrou:
- Guarda-o contigo, e cortas com ele todas as veias pelas quais passeiam o teu ceticismo e crença. Usa-o quando se tiveres necessidade de saber as mais insanas verdades.

Hoje só conspiro ao sabor do vento e nado com a corrente: pois nela há todo e qualquer bom nutriente, natural hidratante... E é assim que me limpo do “bem viver”: nada digo tudo faço, e como diz o poeta, viajo nas amplidões.

E haja tanta viajem...

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Rios da Amazônia

Rios Negro e Solimões. Imagem 1: Chico Mário

Todo mundo sabe: a região Amazônica é onde se concentra a maior parte da biodiversidade tropical na América do Sul, com diversos micro-hábitats* que permitiram (ou pressionaram) a evolução das formas de vida que ocorreram ou ocorrem por aqui desde os primórdios. O que muita gente não sabe (inclusive eu quando por aqui cheguei) é que existem três tipos de águas que alimentam os grandes sistemas hídricos. E ao que parece, esses ambientes certamente influenciaram de maneira decisiva na distribuição geográfica de várias espécies aquáticas.

Cada tipo de água reflete, sobretudo, características peculiares de sua bacia de drenagem. Os rios de água preta (1), por exemplo, drenam áreas consideradas muito antigas e não carreiam quantidades expressivas de sedimentos. No entanto, esse tipo de rio contém uma quantidade muito grande de ácidos húmicos e fúlvicos, que dão a cor característica a esse ambiente. É como se fosse um "chá de folhas".

Daí, várias consequências podem ser enumeradas: dentre todos os tipos, os de água preta são os mais ácidos, com pH chegando surpreendentemente a 4.0; certamente isso reflete na fauna aquática que abriga e alguns pesquisadores defendem que a miniaturização de algumas espécies de peixes, por exemplos, é reflexo dessa pressão ocasionada pelo ambiente. Não é consenso, mais realmente ai ocorrem mais espécies de pequeno porte que em outros ambientes. Como exemplos de rios com essa característica, cita-se aqui o Negro e todos os rios de sua bacia de drenagem.

Por outro lado, há os rios de água branca (2). Esse nome é dado aos cursos d'água que nascem no sopé da Cordilheira dos Andes. Juntamente por isso, eles possuem uma coloração amarelada, resultado de uma grande descarga de sedimentos (areia, argila e afins) daquela região pelos sistemas hidricos. Esses rios são os chamados "rios de várzea" onde a oscilação do nível dos rios é mais evidente. Como exemplos, o rio Solimões, Purus e Madeira. São importantes rotas migratórias dos grandes bagres amazônicos como a dourada (Brachyplatystoma rousseauxii).

Já os rios de águas claras (3) drenam áreas também relativamente antigas, mas diferente dos de água preta, drenam áreas do escudo central brasileiro. Nesses locais, a luminosidade penetra com mais intensidade que nos demais ambientes, pois eles não carreiam grande quantidade de sedimentos, nem tão pouco possui altas concentrações de ácidos, o que alteraria sua coloração. Por isso, uma maior produtividade primária é conferida a esses ecossistemas, pois há uma maior taxa de fotossíntese por organismos produtores, levando a uma maior diversificação de organismo e, por sua vez, maiores interações entre estes. O rio Xingu, Tapajós (no Pará), Tocantins (imagem 2, fonte: www.gobrasil.net/brasil/tocantinsPOR.shtml) e Araguaia são exemplos de rios de água clara. São considerados atualmente um dos maiores centros de endemismo** na Amazônia

Pelo pouco que conheci desse ambientes, classificaria também o Parnaíba como rio de água clara, levando em consideraçãos aspectos como a turbidez*** de suas águas. Como existe consenso no meio acadêmico de que a Amazônia um dia foi muito mais que o atual limite legal, talvez o Velho Monge estaria incluso nesse tipo. No entanto, mais investigações precisam ser efetuadas para que o Parnaíba seja enquadrado em algum tipo, ou quem sabe, seja até mesmo um ambiente fora dos padrões conhecidos pela ciência.

* Micro-hábitats: ambientes específicos dentro dos ecossistemas. Ex.: corredeiras, cachoeiras, canais dos rios, lagos, bancos de macrófitas, etc. (aquáticos); copa das árvores, montanhas, terra firme, subsolo, etc. (terrestres);
** Endemismo (de Endêmico): significa que uma espécie ou conjunto delas só ocorrem num único lugar;
*** Turbidez (de Túrbido): estado onde a transparência da água é pouca ou inexistente. Usa-se como medida para determinar concentração de sólidos suspensos em meios liquidos.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Entenda um Biólogo...



Biólogo não come, degusta.

Biólogo não cheira, olfata.

Biólogo não toca, tateia.

Biólogo não respira, quebra carboidratos.

Biólogo não tem depressão, tem disfunção no hipotálamo.

Biólogo não admira a natureza, analisa o ecossistema.

Biólogo não elogia, descreve processos.

Biólogo não tem reflexos, tem mensagem neurotransmitida involuntária.

Biólogo não facilita discussões, catalisa substratos.

Biólogo não transa, copula.

Biólogo não admite algo sem resposta, diz que é hereditário.

Biólogo não fala, coordena vibrações nas cordas vocais.

Biólogo não pensa, faz sinapses.

Biólogo não toma sustos, recebe resposta galvânica incoerente.

Biólogo não chora, produz secreções lacrimais.

Biólogo não espera retorno de chamadas, espera "feed backs".

Biólogo não se apaixona, sofre reações químicas.

Biólogo não perde energia, gasta ATP.

Biólogo não divide, faz meioses.

Biólogo não faz mudanças, processa evoluções.

Biólogo não falece, tem morte histológica.

Biólogo não se desprende do espírito, transforma sua energia.

Biólogo não deixa filhos, apresenta sucesso reprodutivo.

Biólogo não deixa herança, deixa pool gênico.

Biólogo não tem inventário, tem hereditário.

Biólogo não deixa herdeiros ricos, pois seu valor é por peso vivo!


3 de setembro, dia do Biólogo.