segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Feliz cidade artificial


O lugar a donde moro é meio babilônico;
Tem céu, inferno, tudo que quiseres tem aqui.
Tem luzes multicoloridas que me deixam afônico;
Atônico, a ponto de querer sumir.

Faixas no chão pintadas e esquecidas.
Outras luzes lá no alto, frenéticas a piscar,
Brilhando mais que o sol do dia.
Elas só pedem pra parar, pra passagem dar.

Pra quê preocupar-se com o outro?
Minha pressa é maior que tua vida.
Meu carro é feito do mais caro ouro!

Todo ouro que o homem tem se perdeu
Entre as curvas e esquinas do seu caminho...
Entre as faces esmaecidas, sem rima alguma.