domingo, 23 de maio de 2010

Peixe, peixinho e peixão


A criação e manejo de pescado é uma atividade que tem crescido muito no Brasil. Mesmo com um consumo muito abaixo da média, comparado com vários países, (10 Kg/pessoa/ano na América Latina, dados da Fao) várias pesquisas apontam que o brasileiro está mudando seus hábitos alimentares, e consumindo mais alimentos que fazem bem à saúde.

Na Amazônia o quadro é totalmente diferente: devido à grande fartura e oferta de diversas espécies de peixes nativos, os amazônidas consomem cerca de 55 Kg/pessoa/ano (ao passo que em países como a Noruega e Finlândia as pessoas consomem até 70 Kg por ano). Tem até um jargão popular que diz "quem come jaraqui não sai mais daqui" em referência ao consumo de um peixe da famila das curimatãs bastante apreciado na região. E é muito comum ver nos mercados municipais várias outras espécies sendo vendidas em qualquer época do ano, garantindo sobretudo, a sobrevivência de inúmeros feirantes.

Comer peixe é bom e faz bem. O produto é rico numa substância chamada de Ômega 3, importante na redução de ácidos graxos considerados ruins para a saúde, como o LDL (o colesterol ruim) e outros triglicerídeos. Além disso, ele é importante em processos inflamatórios, por atuar também na formação de anticorpos.

Por isso, de meados da década de 1980 pra cá, muitos pesquisadores atentaram para a iminente guinada na produção de pescado em nosso país. Também, é fácil entender, pois temos inúmeras espécies com enorme potencial comercial. Em minha atual passagem pela Amazônia, tive o prazer de conhecer várias etapas da cadeia desse ramo produtivo, que se inicia na alevinagem (produção de alevinos) e termina na engorda e venda. O Inpa - Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - toca vários projetos com produção de pescado que têm beneficiado dos pequenos aos grandes produtores. Atualmente, os pesquisadores do instituto tem um grande desafio: entender como o pirarucu (Arapaima gigas) pode ser induzido a se reproduzir em cativeiro.

Inúmeros pesquisadores estão envolvidos nesse projeto, mas enquanto as respostas para as diversas perguntas não são alcançadas, outras espécies já figuram com ótimas condições de produção e tradicionalmente já fazem parte da rotina de uma piscicultura. Uma delas, o tambaqui (Colossoma macropomum) é amplamente difundida nas fazendas de peixe da Amazônia e de todo o Brasil, inclusive com espécies híbridas.

Numa das visitas técnicas promovidas pelo curso, pude ver na pratica como funciona o processo de alevinagem em tambaquis. Foi na fazenda Santo Antônio, no município de Rio Preto da Eva-AM, onde o MSc Alexandre Honczaryk nos mostrou detalhes de como obter bons alevinos para engorda. O video abaixo pode exemplificar como ocorre a extrusão de ovócitos e espermatozóides para a fecundação e posterior encubagem dos ovos. Foi um momento mágico ver a vida surgindo com uma ajudinha nossa.

Outra iniciativa importante diz respeito à criação de matrinchã (Brycon sp.) em canais de igarapés. Dessa maneira, pequenos produtores podem com pouca estrutura e espaço, produzir o pescado de forma sustentável. Funciona assim: o igarapé de terra firme (ou riacho, como conhecemos) é canalizado por no máximo 30 metros, onde o fluxo da água é controlado por uma espécie de desvio do seu curso principal. O viveiro é então montado num dos leitos do canal com tábuas de madeira e a água corrente se encarrega de fazer a ciclagem dos nutrientes que são lançados no sistema. Vale lembrar que no estado já existe legislação para isso, apoiado em pesquisas sobre produção primária desses ambientes. Por lei, uma distância mínima de 90 metros entre viveiros é o bastante para que o ecossistema não sofra com a entrada excessiva de nutrientes.

Estar na Amazônia é isso. É ter a oportunidade de debater com colegas sobre as questões mais relevantes que dizem respeito ao bem estar do homem e da natureza, respeitando os limites da vida. É mais que isso. É olhar pra frente e perceber que estamos no caminho certo, mesmo que os descaminhos da vida nos levem pra outras trincheiras.



domingo, 16 de maio de 2010

Luto



O incêndio ocorrido ontem (15/05) na coleção de serpentes, aranhas e escorpiões no Instituto Butantã, em São Paulo, tem causado diversos tipos de reações entre os cientistas de todo Brasil, quiçá do mundo. Não é à toa. A coleção herpetológica e centenária do Instituto era a maior do país e uma das maiores do globo. Um misto de revolta, angústia e luto. Isso mesmo, Luto.


Cerca de 80 mil espécimes foram totalmente incinerados, interrompendo um ciclo iniciado pelo Dr. Vital Brazil e colaboradores, continuado atualmente por centenas de graduandos e pós graduandos que utilizavam o local para coleta de dados. Sim, dados esses que a sociedade como um todo era beneficiada, pois as pesquisas realizadas pelos leais cientistas das “causas justas” sempre buscavam encontrar respostas aos problemas mais reais que a humanidade enfrenta.


Não tenho real conhecimento de causa, mas creio que a grande maioria das coleções, encerradas nas diversas instituições de ensino e pesquisa do nosso país, enfrentam grave problema estrutural. Pequenos espaços, falta de material de consumo e humano, e o principal: falta de segurança.


Chato ter que ouvir uma noticia dessas, justamente por não haver um planejamento prévio com foco na segurança do nosso patrimônio, e das pessoas, é claro. Mais uma vez o Brasil vai figurar lá fora como um país que não tem zelo pela biodiversidade, mesmo gritando aos quatro ventos que ela é nossa e ninguém tasca.


Estou envergonhado por nossos representantes políticos, não por termos uma das maiores diversidades do mundo. Culpa é termos uma das maiores diversidade do planeta? Que pergunta mais cruel que me abateu agora.


Assim, me pergunto com muito medo, como é, ou será, a administração de uma das maiores faunas que temos (em proporções mundiais). Eu falo da fauna de peixes que segundo Lévêque et al., (2008) somente na região Neotropical, existem cerca de 4 mil espécies, e se levarmos em consideração que a área do Brasil é aproximadamente 50% dela, vamos ai com 2 mil, o que corrobora com Buckup et al., (2007) que afirmam ter 2.587.


Imaginei, e ao mesmo tempo deletei da memória, esse incêndio acontecendo em coleções de peixes, com tantos holótipos (exemplar oficial da espécie) de espécies que já foram pras cucuias. E mais, com tantos empreendimentos hidrelétricos atualmente em vista que certamente extinguirão outras tantas. Ou seja, elas só iriam existir numa coleção, o que infelizmente ocorreu no Butantã. Isso sim é motivo de luto.



Literatura citada:


Buckup, P.A.; Menezes, N.A. & Ghazzi, M.S. 2007. Catálogo das espécies de peixes de água doce do Brasil. MNRJ, Rio de Janeiro, RJ. 195pp.


Lévêque, C; Oberdorff, T; Paugy, D.; Stiassny, M.L.J.; Tedesco, P.A. 2008. Global diversity of fish (Pisces) in freswater. Hydrobiol.,
595:545-567.

O Delta do Parnaíba é destaque em matéria de 'O Estado de S. Paulo'



Antes de vir pra Amazônia, mais precisamente em junho de 2008, eu estive no Delta do Parnaíba. De beleza ininarrável e estonteante, esse lugar, além de outras coisas, me fez enxergar o biólogo, naturalista e apaixonado pela natureza que sou. Peixes, aves, répteis e plantas que, em sua grande maioria são endêmicas (que só existem lá) me fascinaram enormemente. Sem contar o meio físico, com geografia recortada, rios e praias lindíssimas. Pela primeira vez, tive a oportunidade de ver, numa só visão panorâmica, três estados da nossa federação: Maranhão, Piauí e Ceará... Eu explico: no passeio ao Delta, a embarcação sai do Porto de Tatus, na Ilha Grande de Santa Isabel para uma das ilhas, a dos Poldros. De lá, já em território maranhense, pode-se observar os cerca de 66 Km de litoral piauiense e a Serra da Ibiapaba ao fundo, no Ceará. A seguir uma reportagem publicada no portal 180 graus que procura divulgar esse lugar muito pouco conhecido do nosso país. Várias empresas da cidade de Parnaíba-PI, são especializadas no passeio, vale apena conferir.


Com informações do Estado de São Paulo
Edição de Fábio Carvalho.

Revoadas de guarás, praias exclusivas e uma refeição à base de [br]caranguejos permeiam a navegação pelo Delta. Vistas no mapa, as mais de 80 ilhas do Delta do Parnaíba, no litoral do Piauí e do Maranhão, parecem pecinhas espalhadas de um quebra-cabeça. Mas é percorrendo esse labirinto de igarapés que se conhece de perto a rara beleza de suas dunas, manguezais, lagoas de água doce e praias desertas. Rara porque é um dos três deltas do mundo que deságuam em mar aberto - como ele, somente o Nilo, na África, e o Mekong, na Ásia.

Partindo de Tutoia, no Maranhão, ônibus de linha levam até Parnaíba, já no Piauí. Trata-se da maior cidade da região e a segunda maior do Estado, atrás apenas de Teresina. Um passeio interessante é pelo Porto das Barcas (foto), região de casarões históricos dos século 18 e 19 às margens do Rio Igaraçu, repleto de restaurantes, bares e lojas de artesanato. Para relaxar, a pedida é a Praia da Pedra do Sal, distante 15 quilômetros do centro e com acesso fácil por ônibus de linha.

A praia é famosa por sua geografia peculiar. Separada ao meio por um paredão de rochas que avança sobre o mar, tem, de um lado, águas tranquilas, repletas de barcos de pescadores. Do outro, as ondas batem forte, ideais para o surfe. Se tiver mais tempo, experimente o roteiro de jipe que parte da Pedra do Sal rumo ao litoral oeste.

A verdadeira estrela, no entanto, é mesmo o Delta - há passeios diários para a região na alta temporada, mas na baixa há lanchas e catamarãs apenas aos sábados. Ilha Grande de Santa Isabel, a maior delas, é também o ponto de partida das voadeiras. A cada virada nas curvas dos igarapés, uma paisagem nova se descortina. Mas é preciso ficar atento para perceber os detalhes.

Camuflados entre os troncos retorcidos das árvores do manguezal, jacarés permanecem imóveis. Macacos-prego brincam de se esconder nos galhos aéreos. E surgem tamanduás, lagartos, capivaras e cobras, que o barqueiro experiente vê de longe. Os caranguejos-açu se destacam pelo vermelho da carapaça.
No fim da tarde, revoadas de guarás tingem o céu de vermelho em direção à Ilha do Caju - a cor da plumagem se deve a uma alimentação à base dos caranguejos-açu. As aves, típicas da região, estão quase extintas. Pelo rio, que separa Piauí e Maranhão, chalanas deslizam vagarosamente enquanto pescadores seguem em barquinhos lotados de peixes e crustáceos.

Algumas ilhas são habitadas, outras, desertas, cobertas por dunas gigantes, como na Baía do Feijão Bravo. Se fechar os olhos, é possível ouvir o som do vento. De março a maio, formam-se lagoas de água doce entre as dunas. Atravessar essas enormes montanhas de areia leva a uma praia extensa e exclusiva.

Iguaria. Se a fome bater, peça ao barqueiro para fazer uma parada estratégica na Ilha das Canárias e experimente o tal do caranguejo-açu. No Restaurante Recanto dos Pássaros a travessa, chamada de corda, vem com quatro grandes crustáceos, acompanhada por farofa e vinagrete, por R$ 8. Com um martelo de madeira em mãos, vá saboreando a carne branca e macia sem pressa.

Para acompanhar, peça a cajuína, bebida doce que é o símbolo do Piauí. Já com o estômago forrado, aproveite para fazer a digestão tirando uma boa soneca nas redes espalhadas. Depois, curta a paisagem: do alto de uma casa em uma das árvores do restaurante a vista é incrível. O passeio dura em torno de 4 horas.

Fonte: http://180graus.brasilportais.com.br

domingo, 2 de maio de 2010

A sobrevivência da cultura crítica no Brasil



Reproduzo aqui, na íntegra, um ponto de vista sobre os caminhos que a nossa cultura vem trilhando nos últimos anos. Não é facil, no meu pouco entender, caracterizar uma problemática tão séria como a evidenciada no texto, mas acho interessante revermos conceitos e aprimorarmos nossa maneira de pensar o mundo através de exemplos práticos, oriundos do nosso cotidiano.
Boa leitura.


Por Gabriela Moncau (*)

O que é mais preocupante é a questão da opinião no Brasil. Porque copiamos todo o modelo americano de vida, o consumo, o livre mercado, mas uma coisa que não pegamos, o direito pleno de se expressar.

A frase é de André Dahmer, 35, consagrado desenhista da nova geração dos quadrinistas brasileiros, em entrevista à Caros Amigos na edição de abril. O carioca é autor das tirinhas dos Malvados, que, com um traço simples, fazem uma feroz crítica ao cotidiano da sociedade capitalista, ironizando principalmente o consumismo e o individualismo. Além dos dois personagens dos Malvados, o cartunista ficou famoso com séries de tirinhas como “Cidade do medo”, sobre violência, “Apóstolos, a série”, que narra a história de Jesus fazendo críticas à Igreja Católica e Emir Saad, o ditador sádico e egocêntrico do reino Ziniguistão.

Em seu blog, a seção sobre o autor se limita a descrições como “nenhuma cárie no dente, nenhum osso quebrado. Sobreviveu a um afogamento em Ipanema. Gosta de números, odeia aviões”. Paulo Lins, escritor de 51 anos, também do Rio de Janeiro, do bairro de Santa Teresa. Iniciou na literatura como poeta, na década de 1990 se dedicou à pesquisa antropológica sobre a criminalidade e as classes populares, publicando em 1997 sua grande obra que levou o nome do violento bairro da periferia carioca em que viveu, a hoje famosa – por conta da versão cinematográfica da obra - Cidade de Deus.

Atualmente, além de estar terminando o roteiro do filme Faroeste Caboclo, baseado na música de Renato Russo, trabalha no seu novo livro, Desde que o samba é samba é assim, romance sobre uma professora universitária de classe média baixa que pesquisa a história do samba. Cada um a seu modo, representa importantes expressões culturais que escancaram a realidade brasileira.

Dahmer, com seus ácidos quadrinhos, e Lins, representando a literatura de alguém que veio de dentro da periferia, conseguiram achar brechas dentro da sólida cultura hegemônica justamente para criticá-la. O cartunista, porém, chama a atenção para a capacidade de incorporação da sociedade do consumo: “A propaganda sobrevive com uma agilidade enorme, transforma ações inicialmente contra ela a seu favor. A propaganda sabe que consumidor é que nem barata, você vai inventando um veneno mais forte para matar e elas vão se adaptando”.

Mas, afirma que se garante: “eu não tenho problema de recusar trabalho não, confio muito no sistema que eu montei para viver de maneira mais independente”, conta Dahmer. Para Paulo Lins, que também recebeu a redação da Caros Amigos na sua casa esse mês, um dos motivos pelos quais justamente conseguiu seguir uma linha alternativa ou contra-hegemônica em seu trabalho é o interesse que o público tem pela tema da violência urbana. “Uns três anos antes de lançar o livro [Cidade de Deus], teve um político, Moreira Franco, que disse que iria acabar com a violência em seis meses, ele se elegeu assim. Imagine a pressão. Então, quando sai um livro desse com uma visão interna, de uma pessoa que viveu, que morou na favela, como eu, o interesse era quase natural”, relata.

Mas não é todo mundo que consegue sobreviver em meio ao mercado cultural brasileiro, controlado pelos mesmos que pautam não só a política como o modelo econômico que a sustenta: as grandes corporações, nacionais e transnacionais. Há muito tempo que a arte perdeu sua viabilidade financeira. Fazer arte não dá lucro. Mas, numa sociedade pautada pela divisão do trabalho, como podem sobreviver os trabalhadores da arte sem se submeterem aos desmandos de um sistema interessado em tratar a cultura como mais uma mercadoria? O Ministro da Cultura Juca Ferreira acredita que “a cultura brasileira não precisa de uma política de preservação”. Mesmo que na entrevista também publicada neste mês pela Caros Amigos ele tenha se pautado exatamente por proposições protecionistas ao cinema mais adiante, suponhamos que de fato a cultura brasileira se garanta de influências estrangeiras. Não é esse o debate.

A questão é como garantir a sobrevivência da cultura sem que ela tenha que se enquadrar à lógica do mercado, de maneira a garantir sua produção e difusão entre a população brasileira. Por mais que os discípulos de Margareth Thatcher, entrincheirados na situação e na oposição, contestem, no âmbito do capitalismo não parece haver outra alternativa que não a intervenção estatal através de políticas públicas. O Ministério da Cultura tem tomado tímidas medidas quanto a isso.

O Vale Cultura, por exemplo, que funcionará como um Vale Refeição, um cartão magnético que será disponibilizado para que o trabalhador reverta R$ 50 em livro, CD, espetáculos, museus ou outras atividades culturais, parece ser algo interessante, apesar de não ter ainda previsão pra ser posto em prática. O próprio ministro, porém, revela que achou melhor não aumentar o valor do vale para que o processo burocrático para sua aprovação não seja retomado: “O presidente Lula me autorizou a dizer que acha que R$50 é pouco e se o Congresso aprovar uma ampliação desse recurso para R$ 100 que ele sancionará essa lei com alegria. Eu disse a ele ‘não vamos propor rever esse total, se não teríamos que começar tudo de novo’”, afirma.

Como apontou a edição especial da Caros sobre a Direita Brasileira, quem decide o que é cultura hoje no Brasil é a iniciativa privada. E pior, o faz através de isenção fiscal, com dinheiro público, prática consagrada pela criticadíssima Lei Rouanet. Dos 1,2 bilhão de reais investidos em cultura pelo poder público brasileiro, 90% são oriundos de renúncia fiscal. Juca Ferreira, na entrevista, aponta seus limites e debate de que maneira essa lógica pode ser superada. Enquanto ela não é, a crítica de arte e professora aposentada da Faculdade de Letras da USP Iná Camargo Costa define a disputa de recursos de incentivo fiscal como “briga de cachorro grande disputando dinheiro do Estado para fins de acumulação”.

Assim, os cachorros grandes para os quais o Estado tem transferido a responsabilidade de produção cultural, com a evidente intenção de oferecer eventos para o seu público consumidor, não raras vezes promoverão atividades culturais cujo acesso será para quem tenha no bolso bem mais que um Vale Cultura. Como Dahmer, Lins e tantos outros evidenciam, porém, a barreira da cultura hegemônica não é inquebrável. Afinal, como define Theodor Adorno, “a cultura, como aquilo que aponta para além do sistema de conservação da espécie, inclui um momento de crítica a todo o existente, a todas as instituições”.

(*) É estudante de jornalismo e articulista de Caros Amigos.

Fonte: www.ncpam.com