domingo, 16 de maio de 2010

O Delta do Parnaíba é destaque em matéria de 'O Estado de S. Paulo'



Antes de vir pra Amazônia, mais precisamente em junho de 2008, eu estive no Delta do Parnaíba. De beleza ininarrável e estonteante, esse lugar, além de outras coisas, me fez enxergar o biólogo, naturalista e apaixonado pela natureza que sou. Peixes, aves, répteis e plantas que, em sua grande maioria são endêmicas (que só existem lá) me fascinaram enormemente. Sem contar o meio físico, com geografia recortada, rios e praias lindíssimas. Pela primeira vez, tive a oportunidade de ver, numa só visão panorâmica, três estados da nossa federação: Maranhão, Piauí e Ceará... Eu explico: no passeio ao Delta, a embarcação sai do Porto de Tatus, na Ilha Grande de Santa Isabel para uma das ilhas, a dos Poldros. De lá, já em território maranhense, pode-se observar os cerca de 66 Km de litoral piauiense e a Serra da Ibiapaba ao fundo, no Ceará. A seguir uma reportagem publicada no portal 180 graus que procura divulgar esse lugar muito pouco conhecido do nosso país. Várias empresas da cidade de Parnaíba-PI, são especializadas no passeio, vale apena conferir.


Com informações do Estado de São Paulo
Edição de Fábio Carvalho.

Revoadas de guarás, praias exclusivas e uma refeição à base de [br]caranguejos permeiam a navegação pelo Delta. Vistas no mapa, as mais de 80 ilhas do Delta do Parnaíba, no litoral do Piauí e do Maranhão, parecem pecinhas espalhadas de um quebra-cabeça. Mas é percorrendo esse labirinto de igarapés que se conhece de perto a rara beleza de suas dunas, manguezais, lagoas de água doce e praias desertas. Rara porque é um dos três deltas do mundo que deságuam em mar aberto - como ele, somente o Nilo, na África, e o Mekong, na Ásia.

Partindo de Tutoia, no Maranhão, ônibus de linha levam até Parnaíba, já no Piauí. Trata-se da maior cidade da região e a segunda maior do Estado, atrás apenas de Teresina. Um passeio interessante é pelo Porto das Barcas (foto), região de casarões históricos dos século 18 e 19 às margens do Rio Igaraçu, repleto de restaurantes, bares e lojas de artesanato. Para relaxar, a pedida é a Praia da Pedra do Sal, distante 15 quilômetros do centro e com acesso fácil por ônibus de linha.

A praia é famosa por sua geografia peculiar. Separada ao meio por um paredão de rochas que avança sobre o mar, tem, de um lado, águas tranquilas, repletas de barcos de pescadores. Do outro, as ondas batem forte, ideais para o surfe. Se tiver mais tempo, experimente o roteiro de jipe que parte da Pedra do Sal rumo ao litoral oeste.

A verdadeira estrela, no entanto, é mesmo o Delta - há passeios diários para a região na alta temporada, mas na baixa há lanchas e catamarãs apenas aos sábados. Ilha Grande de Santa Isabel, a maior delas, é também o ponto de partida das voadeiras. A cada virada nas curvas dos igarapés, uma paisagem nova se descortina. Mas é preciso ficar atento para perceber os detalhes.

Camuflados entre os troncos retorcidos das árvores do manguezal, jacarés permanecem imóveis. Macacos-prego brincam de se esconder nos galhos aéreos. E surgem tamanduás, lagartos, capivaras e cobras, que o barqueiro experiente vê de longe. Os caranguejos-açu se destacam pelo vermelho da carapaça.
No fim da tarde, revoadas de guarás tingem o céu de vermelho em direção à Ilha do Caju - a cor da plumagem se deve a uma alimentação à base dos caranguejos-açu. As aves, típicas da região, estão quase extintas. Pelo rio, que separa Piauí e Maranhão, chalanas deslizam vagarosamente enquanto pescadores seguem em barquinhos lotados de peixes e crustáceos.

Algumas ilhas são habitadas, outras, desertas, cobertas por dunas gigantes, como na Baía do Feijão Bravo. Se fechar os olhos, é possível ouvir o som do vento. De março a maio, formam-se lagoas de água doce entre as dunas. Atravessar essas enormes montanhas de areia leva a uma praia extensa e exclusiva.

Iguaria. Se a fome bater, peça ao barqueiro para fazer uma parada estratégica na Ilha das Canárias e experimente o tal do caranguejo-açu. No Restaurante Recanto dos Pássaros a travessa, chamada de corda, vem com quatro grandes crustáceos, acompanhada por farofa e vinagrete, por R$ 8. Com um martelo de madeira em mãos, vá saboreando a carne branca e macia sem pressa.

Para acompanhar, peça a cajuína, bebida doce que é o símbolo do Piauí. Já com o estômago forrado, aproveite para fazer a digestão tirando uma boa soneca nas redes espalhadas. Depois, curta a paisagem: do alto de uma casa em uma das árvores do restaurante a vista é incrível. O passeio dura em torno de 4 horas.

Fonte: http://180graus.brasilportais.com.br

Um comentário:

  1. Meu grande sonho, Chico, foi sempre o de desbravar o Piauí. Nunca pensei em visitar a europa, mas o Piauí, Fernando de Noronha e a Amazônia. Estou devendo pra mim mesmo conhecer, hoje, Fernando de Noronha e o Piauí.Espero em breve pagar esta dívida ao meu espírito. Esta reportagem despertou os meus sonhos adormecidos.

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