sábado, 27 de agosto de 2011

Soneto à minha solidão

Solidão é sempre campo muito fértil...
Entre grandes, postes de concreto,
Muros e mata seca. Tudo muito estéril.
Os fios a vista correm mas não vejo algo de afeto.

Meus pensamentos vagueiam, se perdem entre os quadrados.
Vigiam constantemente meus sentimentos plácidos,
Atacam e fogem vorazmente como um animal caçado...
Tornam-se triviais e, ao mesmo tempo, levemente plásticos.

A solidão é fera e ela agora me devora.
Descarna todo o brilho de minha tímida face,
Não escolhe dia, lugar, momentos nem hora.

A solidão é fogo e ela queima minha essência,
Carboniza minha carne e a transforma em pó.
Caminha entre os pêlos... E me deixa mais só.

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