terça-feira, 6 de setembro de 2011

Sertanejo


Uai bichim! Dizia uns mineirin
Enquanto os bichos, lá fora, afônicos gorjeavam
Entre os carros, a pista, as pernas... E viajavam...
Eram os mais bunitos, exímios voadores passarinhos.

Enquanto isso, bem no ladecá
Um outro bucado diziam “oxi mulé!”
“Eu lutei dimais pr’essa ponte atravessá!”
Sim, essa mesma ponte onde muitos hão de passar...

Ah eu vou sim te falar do que mais vi.
Por essas bandas, altas paisagens
E tons de branco-cinzas foi o que mais senti.
Explosão de vida em gotas só de passagem.

Vi também rio morto de morte matada.
Vi homens quase mortos por opção.
Vejo céu limpo e azul com sua passarada
Voando bem alto no ar desse meu sertão.


 
Os bichos vão e vem, não usam fronteiras.
Mesmo que uma Serra lhes diga não,
Mesmo que a vida ande no abismo, bem na beirinha.
Esse é o nosso lar: esse é nosso torrão.

3 comentários:

  1. Caro Chico Mário...
    E ai, como vai a vida nova? Ha algum tempo nao passava por aqui. Sabe como é, falta de tempo, falta de dinheiro, falta de tudo um pouco! rs... Mas fiquei muito feliz com o que vi na minha volta. Olhei alguns de seus poemas e gostei de varios.. Tens muito potencial! Mas este em especial chamou minha atenção! Talvez por causa do toque biologico que deste ao sentimento sertanejo. O sertanejo sabe, mesmo sem formação, da importancia da fauna e flora de nossa regiao! Gostei muito! Espero que continue nessa linha. Abraçs...

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  2. Olá Eduardo,
    É um prazer rapaz, ter pessoas como vc passeando pelo blogue, fique à vontade pra ler e comentar quando achar necessário. O Sertenejo, apesar de não ter formação acadêmica, tem a maior das formações, digno de um título de doutor. Só ele tem a sensibilidade que mtos não tem. E é feliz, as vezes, mais feliz do que se possa imaginar.
    abcs,
    Chico Mário

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  3. Olá Chico Mário.

    Cara, tu bota música nesses teus poemas também?

    Um abraço.

    Jair Feitosa.

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