quinta-feira, 12 de novembro de 2015

O anoitecer no Parnaíba é ensurdecedor!


Crédito: Alceuderir Oliveira

Passarinhos valentes


Casal de "Cancão" brigando contra seus oponentes: reflexo da porta de vidro.

Tarde de passarinho

Ah como é bom ser passarinho...
Brincar de cantar, pousar sem parar
construir o meu ninho...
Viver a voar. Em pleno luar.

Diante de minha fronte doída
suspiro desejos, almejo bocejos.
Ah mais que vida terrestre sofrida...
Queria o voar junto com os solfejos.

Por isso morro de inveja das aves:
mesmo fugindo do predador
ou das pedras que lhe causam dor,
eu queria mesmo planar, igual uma nave.

Todo dia o sol bate forte em mim...
Castigando a pele, ofuscando sonhos,
ressecando a neve de meu rim,
que circula e me parece ter fim.

Queria mesmo ser um passarinho
voando livre nesse anil
sonhando alto, o mais alto enfim!
Pisando fundo em rodopio.

Quem me dera usar plumagem...
Ter em meu bico retorcido
a chance de colher o trigo
e lá do alto olhar a paisagem.

Quem de dera ter as cordas...
E respirar bem natural,
não ter esforço pra cantar...
Igual uma orquestra e recital.

Ah como deve ser bom ser um passarinho...

quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Arrepio

Tem coisa melhor do que sentir
aquele arrepio, daquele que te faz vivo?
Que te faz sentir a alma
bem no seio da tua veste fincada?

Tem coisa melhor que ouvir
um belo passarinho, que de tanto ouvir o rio
imita o som das cachoeiras
que deságuam dentro de nós?

O arrepio faz da pele sua morada instantânea:
Faz de cada pêlo uma lança que te aponta para a alma;
faz do corpo uma estrada pra bem longe, bem lá no infinito,
para muito além do percurso definido...

O arrepio nos deixa tênue:
promove o medo em sua mais fiel essência;
como se estivéssemos nadando rio acima
tal qual um peixe e seu cardume...

O medo nos faz vivo e por isso as aves voam.
Por isso o peixe vive a lutar contra seu algoz pescador:
não ha rede que o impeça de nadar contra o amor;
não ha céu que nos limite de viver contra uma dor.

E por falar em desafios, em viver contra o perigo,
mergulho firme nesse mar de calafrios.
Sinto arrepios a pensar em desatinos,
na pele clara que ilumina meu céu de estio...

Não corro contra o vento, nem vou contra a corrente
fugindo do meu carrasco: ele é o meu amigo,
é o meu ente mais querido, quem me faz arrepiar:
ele é só a dor de dente, do nosso dia a clarear.

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Desabafo de um coração formatado

Se um dia você foi um daqueles descuidados,
Ou, mesmo com cuidado, tenha sido “enganado”
Não se avexe não: pra tudo tem uma solução.
Eu que nem acreditava, vejam só que grande sacada!
Existe sim a formatação pr’um coração fanfarrão.
Nesse processo você apaga arquivos indesejáveis
Que te causam bug, panes no sistema,
Daqueles que inclusive não te abrem as portas:
Não, não são as USB’s da vida, são as de uma nova canção.
Os amores sempre vêm trazendo arquivos;
Pacotes infinitos, pra que funcionem (sic!) os programas (tilt!).
E quando eles se vão, tornam-se inúteis, ocupam diretórios,
Pastas sem fim de informações que precisam ser deletadas.
E só pra lhe dizer, eu mesmo que não tinha o que fazer
Tive em minhas mãos, alguns daqueles “PC’s” que me deram um bom empurrão;
Trocando em miúdos, afora tudo no mundo, eles foram meus amores.
Hoje depois de muito tempo, nem me lembro mais das dores
Dos vírus e das tais senhas quem eram meus terrores
Fui um verdadeiro aprendente obediente [que bom ser obediente!]
Embora com boas doses de versos buarquianos.
Finalmente eles foram deletados da memória, desse tal disco rígido,
Que ao contrário do coração, não permite buscas incessantes
Limpezas inacabantes que te consomem até o físico.
Só me sobraram as evoluções e as boas experiencias inovadoras,
Que me permitem, ainda hoje, ser uma “máquina” melhor
Despida do ferro, da cera e da inteligência artificial
Que foram, naqueles momentos, originalmente minha essência.
Hoje carrego a última versão, o maneco do sim e do não
Trago a senha mais completa. O ódio não.
Levo comigo a bagagem, a riqueza do meu compasso
O apelo da precisão. Luto pela honestidade, pelo fim da maldade
Pelo sim do perdão. Se preciso for, mudo minha faceta
Pra me encontrar nesse planeta, pra viver com razão.

quinta-feira, 16 de julho de 2015

Pedra Cariri

Lembrar de ti é como ouvir uma boa música...
Apesar dos rompantes dos acordes, tu me traz serenidade.
É qual agua em pedra, silenciosa e ao mesmo tempo potente;
é água do rio ao mar: tu me perpassa e fica lentamente...

Ouvir uma boa música é sentir bem lá no fundo...
É ser tomado pelo mais capitoso vinho, em sua busca.
Lembrar de ti é, portanto, inebriante e profundo,
é ouvir a alma clamando o som. Ou quem sabe minha cura.

Moça bonita de tempos bem lá da outrora,
tu que busca respostas na poupa das rochas!
Busque comigo o amor que enfim me aflora...
Faça de mim sua morada de rocha, vem vambora...

Moça bonita, tua alma cheira à mais sutil pureza:
essa sim é, pra mim, a verdadeira beleza.
Não tem flor de laranjeira ou o bom gosto da cereja...
Tu só tens delicadeza: és a fulôr que minh’alma almeja.

quinta-feira, 9 de julho de 2015

Peixes de poças de maré em Icapuí-CE (Praia de Ponta Grossa)





Filmagem realizada durante a disciplina Ecologia de Campo - Ecossistemas Aquáticos Continentais e Estuarinos, ofertada pelo Programa de Pós Graduação em Ecologia e Recursos Naturais da Universidade Federal do Ceará. Vale registrar que esse foi o meu primeiro registro subaquático.