quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Desabafo de um coração formatado

Se um dia você foi um daqueles descuidados,
Ou, mesmo com cuidado, tenha sido “enganado”
Não se avexe não: pra tudo tem uma solução.
Eu que nem acreditava, vejam só que grande sacada!
Existe sim a formatação pr’um coração fanfarrão.
Nesse processo você apaga arquivos indesejáveis
Que te causam bug, panes no sistema,
Daqueles que inclusive não te abrem as portas:
Não, não são as USB’s da vida, são as de uma nova canção.
Os amores sempre vêm trazendo arquivos;
Pacotes infinitos, pra que funcionem (sic!) os programas (tilt!).
E quando eles se vão, tornam-se inúteis, ocupam diretórios,
Pastas sem fim de informações que precisam ser deletadas.
E só pra lhe dizer, eu mesmo que não tinha o que fazer
Tive em minhas mãos, alguns daqueles “PC’s” que me deram um bom empurrão;
Trocando em miúdos, afora tudo no mundo, eles foram meus amores.
Hoje depois de muito tempo, nem me lembro mais das dores
Dos vírus e das tais senhas quem eram meus terrores
Fui um verdadeiro aprendente obediente [que bom ser obediente!]
Embora com boas doses de versos buarquianos.
Finalmente eles foram deletados da memória, desse tal disco rígido,
Que ao contrário do coração, não permite buscas incessantes
Limpezas inacabantes que te consomem até o físico.
Só me sobraram as evoluções e as boas experiencias inovadoras,
Que me permitem, ainda hoje, ser uma “máquina” melhor
Despida do ferro, da cera e da inteligência artificial
Que foram, naqueles momentos, originalmente minha essência.
Hoje carrego a última versão, o maneco do sim e do não
Trago a senha mais completa. O ódio não.
Levo comigo a bagagem, a riqueza do meu compasso
O apelo da precisão. Luto pela honestidade, pelo fim da maldade
Pelo sim do perdão. Se preciso for, mudo minha faceta
Pra me encontrar nesse planeta, pra viver com razão.

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