Ah
como é bom ser passarinho...
Brincar
de cantar, pousar sem parar
construir
o meu ninho...
Viver
a voar. Em pleno luar.
Diante
de minha fronte doída
suspiro
desejos, almejo bocejos.
Queria
o voar junto com os solfejos.
Por
isso morro de inveja das aves:
mesmo
fugindo do predador
ou
das pedras que lhe causam dor,
eu
queria mesmo planar, igual uma nave.
Todo
dia o sol bate forte em mim...
Castigando
a pele, ofuscando sonhos,
ressecando
a neve de meu rim,
que
circula e me parece ter fim.
Queria
mesmo ser um passarinho
voando
livre nesse anil
sonhando
alto, o mais alto enfim!
Pisando
fundo em rodopio.
Quem
me dera usar plumagem...
Ter
em meu bico retorcido
a
chance de colher o trigo
e
lá do alto olhar a paisagem.
Quem
de dera ter as cordas...
E
respirar bem natural,
não
ter esforço pra cantar...
Igual
uma orquestra e recital.
Meu caro Chico Mário, seu apaixonado por pássaros. Tenho a impressão que quem ensinou o homem a cantar foi o passarinho. Tão pequeno e tão potente comparado ao tamanho do homem. Não precisa microfone, caixa amplificada e nem plateia para cantar. Canta porque gosta e sabe cantar. Expressando a sua felicidade de viver. E quando livre, canta muito mais bonito, voando e cantando levando o seu canto e sua beleza rumo ao infinito.
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