sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Náufrago

Quando o sol se põe e a noite vem
É que me dou conta do infinito.
É como andar pelo mundo, ou vagando pelo mar
Esperando o que não virá, indo pra qualquer lugar.
E no meu lugar não há destino,
Pouco importa onde eu vá...
Pois quando não se sabe onde ir,
Qualquer lugar serve, importante é chegar.
Hoje eu saí na rua, ouvi as aves como sempre
Revi os bichos, só em minha mente
Na certeza de que não os verei mais...
Tão pouco aqueles velhos e bons momentos
Que o nosso céu contemplávamos em plena revoada.
A porta se fechou, o dia de ontem se passou
E até meu louro mal passou.
E enfim aquele velho fogo reacendeu,
No meu belo bicho verde-mata
Que no dia de hoje ressuscitou.
Capenga, mal assistido e carente
Caiu de bico, coitado todo estrupiado
Estava sim, com o corpo e a alma doente.
Assim o sol se pôs, o céu se enrubrou. Em mim trovejou.
Só me restam os gritos, as aves e uma lua no ar que chorou.

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