quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Todas as "Mayaras" são o ponto de interrogação?

Será uma "Mayara" esmagando suas únicas sementes?
Tomara que sim.

Ouço Zé Ramalho nesse momento, um dos maiores ícones da cultura nordestina e brasileira, perguntando e respondendo coisas como “(...) pra que serve o novo? para enfim envelhecer! (...)” como se todos os seres humanos fossem um único “bicho”, destituídos de preconceitos bobos, tal qual o da estimada burguesinha (?) Mayara Petruso, a mais nova celebridade das redes sociais na internet - depois do furor xenofóbico causado por ela no período pós eleitoral. Assim como várias pessoas, que pensam quantas vezes for preciso para não fazer uma grande e irremediável bobagem na vida, tenho certeza que essa garota (que dizem fazer um curso de direito) não representa nem a mínima parte do pensamento desse povo tão ordeiro, trabalhador e hospitaleiro que é o paulista.

Quanta besteira fazemos nessa vida, não é mesmo?... Me fez lembrar da humorista “Dadá” quando disparou algumas das suas contra sua cidade natal (que aliás é minha cidade também!) num programa de entrevistas da madrugada, metralhando sua raiva de infância contra os bordéis (que tem em todo lugar... inclusive ao que tudo indica, ela vive num, lá na Lapa) e a fome que ela diz ter passado. Por fim, todos por lá ainda brincam hoje dizendo que ela merece uma “boa pisa” pra nunca mais falar mal de suas origens e coisa e tal... Coisa nenhuma. Se hoje ela for por lá, garanto que estará tudo guardado a sete chaves no fundo do baú do esquecimento, sem nenhum tipo de rancor.

Mais ao contrário da experiente humorista (oh, yes!), acho que o problema aqui, para a querida burguesinha (?), são os nordestinos e não a região em si. Certamente ela e tantos outros brasileiros xenofóbicos vão, na primeira oportunidade, curtir o sol de verão, as praias, os pescadores sarados, o carnaval e otras cositas mas... É, o nordeste é playground do brasileiro, é sim. E os nordestinos sempre os receberão de braços abertos, pois não há motivos para se fazer girar essa roda da ira que pessoas como ela dispensam energia.

Tenho muitos amigos paulistas e paulistanos que com certeza não comungam de ideias tão esdrúxulas quanto a dessa moça (?). No máximo enchem o saco com nosso sotaque, mais eles entendem que esse é o nosso charme (é igual falar bah! tchê, lá no sul... acho charmoso...). Eles, pelo menos, conhecem um pouco mais sobre as várias regiões do nosso país com dimensões continentais. E por isso, sinto pena de pessoas (?) como Mayara, que infelizmente mostram com essas atitudes que não conhecem absolutamente nada do povo que eles próprios integram. E como alguém dessa estirpe ainda cursa faculdade de direito? Coisas do Brasil minha filha... oxi!

Há pouco tempo, ao dar um livro de presente à uma criança de minha mais alta estima, escrevi a seguinte dedicatória “(...) o saber é a chave que abre as portas de todas as (boas) oportunidades. Por isso, desejo que você construa a sua (...)”. O que eu quero dizer é que, com tudo isso e muito mais, tenho mais certeza que tal desejo procede, pois imaginem se uma pessoa qualquer não souber usar o twitter? (que é uma ferramenta tão difícil!? nossa... são tantos caracteres...) ou o usa como bem entende, tal qual a privada do seu banheiro? Se isso é tão dificil assim, talvez nem mereça (ou consiga) redigir uma petição.

Talvez se pessoas (?) como Mayara soubessem conceitos básicos do bem-viver, não tentariam provocar “guerrinha pra boi dormir” entre povos tão lindos como o nordestino e o “sulista”, o piauiense e o gaúcho, ou entre o Oiapoque e o Chuí... Talvez, pensaria mais no coletivo, lembrando que existe diversos Brasis. Como biólogo, entendo essas cargas genéticas como “fadadas ao fracasso”, visto que nós sempre usamos táticas coletivas para sobreviver nos mais diferentes lugares da Terra, adaptando-se às diversas pressões ambientais; um espécime humano isolado, individualista geralmente não alcança qualquer tipo de sucesso, perdendo a luta contra a seleção natural (grande Darwin!, viva a psicologia!). Agora, só basta saber se as “Mayaras” suportarão a atual pressão interposta pela vida representada aqui pelo singelo twitter. Divirtam-se Mayaras, como diz o Zé Ramalho, vocês são só um gado marcado no genoma da nossa espécie.

2 comentários:

  1. Bah, tri legal. Este "tipo!" de pessoa mensionada a cima existe?
    Eu acredito que quando você se refere a uma pessoa destas, você perde tempo. Gostei da tua redação e do espirito do conteúdo. . . Parabens !

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