Pôr-do-sol na Rebio Trombetas
Acima: Podocnemis unifilis - "Tracajá"; abaixo: ninho de tracajá
Após um longo período sem internet em "home, sweet home..." (e isso foi mais de um mês), estou de volta com minhas voltas pela Amazônia. O Programa de Pós Graduação em Biologia de Água Doce e Pesca Interior - PPG-BADPI - do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA, tem em sua grade curricular dois cursos de campo que visam colocar o mestrando ou doutorando em contato direto com a teoria que só vemos nos livros e demais publicações.
Tudo começou no dia 26 de agosto passado, quando embarcamos no barco Enigma rumo ao estado do Pará. Após contratempos com o gerador do mesmo, saímos entre o dia 27 e 28, navegando quatro longos dias pelo rio Amazonas, até chegar à Reserva Biológica do rio Trombetas - Rebio Trombetas. O objetivo do curso é, sobretudo entender a biologia de cerca de 10 espécies de tartarugas amazônicas, com foco principal em espécies como Podocnemis unifilis (Tracajá), Podocnemis sextuberculata (Iaçá), Podocnemis expansa (Tartaruga-da-Amazônia) e Peltocephalus dumeriliana (cabeçudo).
Para coletar esses os quelônios, são usadas redes de emalhar com três diferentes tamanhos de malhas. É preciso agilidade para tirar o bicho da rede em pouco tempo, pois se houver demora na despesca eles podem morrer afogados e isso é o que os pesquisadores não querem. Nesse curso também tive a oportunidade de ver que atualmente são empregadas algumas novas tecnologias para monitoramento de espécies, com rádio-transmissores. Isso tem se tornado bastante útil quando os pesquisadores precisam entender os padrões de distribuição ou deslocamento desses bichos numa dada área. Também pude aprender como fazer a biometria desses bichos, que requerem diferentes técnicas para tanto. Em alguns deles, foi preciso tirar uma amostra de sangue para diversas análises.
Só o fato de estar com estudiosos do assunto (inclusive gringos...) num lugar tão rico e belo já valeu a experiência. Vi em mais essa oportunidade, que podemos avançar “aos saltos” na pesquisa no Brasil e principalmente no nordeste. Como diz Joseph Climber “ a vida... a vida é uma caixinha de surpresas”. Só cabe à nós investigarmos a fundo para saber que é mais que isso, é a beleza que pode aparecer descortinada sob nossos olhos. Cabe à nós entendê-la. Entenda-a, não é tão difícil assim.
Vida difícil, Chico, essa de biólogo!!! Abraços
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