Céu mais azul que esse não há.
Talvez o anil do mar, o canto do sabiá...
As nuvens até teimam em nublar
Mas elas são tão pequenas
Que parecem a dor que tive outrora,
de um tempo passado que não me volta mais.
Esse céu é mais que anil...
Ele hoje, para mim, é mais de mil.
Mil sonhos, mil noites, mil roubos.
E apesar da noite ser truva e ladra
hoje parece que o meu céu uniu-se à terra.
Mesmo com a brisa loira da relva a me sorrir
ainda sinto mais vontade de estar assim.
Esse, com certeza, é o meu céu,
o mais bonito que eu já vivi.
Ainda hoje eu vi uma flor no céu.
Com pétalas feitas de nuvens,
entremeadas de azul e branco,
era a sombra da minha felicidade.
E agora estou eu aqui, de volta
fazendo coisas sãns loucas e vive-e-versa.
Talvez só estivesse cansado de dar satisfações.
E a primeira estrela no céu surgiu!
Entre o anil-truvo do crepúsculo...
Entre a relva da mata,
entre eu e a copa da cajá
bem lá no fundo do meu quintal.