segunda-feira, 2 de junho de 2014

Na mosca?



Parece que mais notícias sobre “seca” continuarão a ser veiculadas, penso eu que de maneira infinita. O problema que hoje os paulistanos sofrem com o Sistema Cantareira – no abastecimento de água – me lembra de maneira muito forte o quanto a política é podre no Brasil. E hoje, após fazer minha leitura diária de notícias, tive mais certeza de que o “buraco é muito mais embaixo” e que esse problema só reflete um estado de coisas acontecendo.
Muitos são os pontos de vistas, diversos especialistas foram ouvidos, mas numa coisa todos concordam: problemas como esse podem respingar no próximo pleito eleitoral. E a coisa mais engraçada? Temos problema no abastecimento d’água, que no caso de São Paulo é de responsabilidade de um grupo político, e no fornecimento de energia elétrica, de responsabilidade de outro grupo, que por acaso é oposição daquele.
O que vai acontecer então? Diriam os “políticos” mais radicais e recalcados que tudo isso vai dar em pizza. Mais, penso eu, que o circo vai pegar fogo e já consigo até imaginar o picadeiro em brasas: de um lado, imagens de um governante sendo molhado com água suja de uma recente obra e do outro os raios de uma “deusa do tempo” caindo sobre as redes de transmissão e causando apagões de um dia inteiro. É, talvez pense em cobrar direitos autorais de publicidade.
Parece que não vai chover... E pensar que isso era uma preocupação frequente de nordestinos. Sim, daqueles que plantam anualmente uma pequena rocinha de arroz, feijão e milho, para suprir as necessidades básicas de suas famílias. Gozado não? Será que algo será feito para resolver o problema que ora São Paulo enfrenta?
Especialistas ouvidos por um determinado jornal (http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2014/03/1421898-para-especialistas-sp-ja-deveria-adotar-racionamento-leve.shtml) sugerem um “racionamento leve” e que o remanejamento de água de outros reservatórios é insustentável a longo prazo. Pensar num “plano b” nesse caso me faz pensar o quanto ainda somos incapazes de resolver problemas práticos do dia-a-dia de maneira mais holística.
Através de uma pequena pesquisa para esse caso consegui enxergar o gigantesco gasto de tempo e dinheiro que se tem com o empréstimo de água dos sistemas Alto Tietê e Guarapiranga. Assim, uma pergunta não me quer calar: onde e como serão buscadas alternativas para mais de 10 milhões de habitantes caso o sistema entrar em colapso?
O fato de que toda essa estratégia montada pelo governo seja talvez a única alternativa viável para o momento, pode soar para alguns leitores, um erro de análise de minha parte. Para estes, lembro que outras alternativas a longo prazo podem ser viáveis mesmo sendo São Paulo uma selva de pedras. Uma cidade que não preza, por exemplo, pelo tratamento do esgoto por ela produzido não pode pensar em alternativas que somente “suguem” os recursos naturais.

Uma resolução para o problema passaria necessariamente pela recuperação de ambientes que antigamente eram fornecedores de água e que ainda não se encontram sob o solo impermeabilizado da selva de pedra. Outro ponto seria dar uma destinação adequada para o esgoto produzido e não somente lança-los no córrego mais próximo, transformando-o em esgoto (ou seja, mais um problema a ser resolvido). Por último, e penso eu mais que importante, que seja de fato implementada uma educação que tenha por meta a resolução de problemas de uma forma mais humana.


em 07/03/2014

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