segunda-feira, 16 de abril de 2012

Aos pega-pinto do quintal



O pega-pinto me pegou de jeito
Parecia um daqueles tantos amores...
Agarrou-se em meus pêlos, faceiro
Caminha, viaja comigo até pelos ares.

Verde clorofila, semeia em minha terra fértil
Levada pelos pêlos – um cosmopolita nativo;
E pelas plumas, que pairam em alívio.
Contradiz o tempo, a ordem e até o que vivo.

Secam no quintal maternal sob as árvores
E esperam pacientemente, assim como eu...
Lutam, racham e sofrem como Orfeu,
Renascem feito fênix rasgando fogo pelo céu.

Vivo paciente, paciente internato.
Troco fichas, ordem, assim como as estações
e o pega-pinto: tenho tudo, por pouco tempo.
Tenho nada: nem mesmo meu coração.

Um comentário:

  1. Chico, meu velho... quanto tempo hein!? E ai, como vai a vida!? Cara, tenho uma pergunta: Todos os versos que tu postas aqui são de tua autoria!? Se forem, desde já deixo meus parabens... Tá fazendo bonito com as palavras! ^^

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