sábado, 30 de junho de 2012

Ao homem da rede verde




Ser humano também é ser bicho, é perder a razão.
Ao mais racional dos homens eu diria que tudo isso é lixo,
Lixo que se recicla, que passa de mão em mão...
Lixo que modifica, até mesmo o mais duro e frio dos corações.

O mar que vislumbro agora passa muito longe dela.
Mais ainda do gosto ainda mais viciante, estridente, sussurrante...
Parece não querer sentir nem mesmo o vento na vela.
Parece desistir das águas, do poema, do marasmo e escorrega...

Ao homem da rede verde eu digo que vá!:
Ao mundo dos sonhos subjetivos com sua mochila nas costas.
Aos desertos que teimam em queimar tua pele sã.
À fonte de toda sua racional insanidade.

Balance ao som e sabor dos punhos nesse céu alvo...
Toque músicas que te façam viver de verdade:
Leve consigo na boroca todo o peso da culpa e da idade,
Só não fuja pra canto algum, pois tu nunca estarás a salvo...

Ao homem da rede verde: sugiro que tu faças tudo
Mesmo aquilo o qual nem sabes tratar, ou o que é;
Tudo que te faça graça, sem perder a desgraça nem tão pouco a fé.
Tudo que lhe for irracional: sem paradas, nem manhas e marchas. Só ande a pé.

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