Esses últimos dias tem sido de sufoco para os moradores do Bairro São José Operário I, na zona leste do município de Manaus. A parte alta da localidade vem sofrendo ha cerca de cinco dias, mais precisamente desde sábado (19/04), com a falta d'água: bem essencial à manutenção de uma qualidade de vida pelo menos razoável.
E eu, infelizmente moro no epicentro do problema. O que acho mais interessante, é que as pessoas que têm mais condições financeiras, já sabendo do problema crônico, possuem bombas hidráulicas em suas casas para todas as noites encher seus reservatórios para o uso diário. As outras, que se danem (pelo menos é assim que devem achar os representantes do povo) e se virem para mendigar água no vizinho que tem poço. Ou quem sabe, comprar água de um outro vizinho que também tem poço.
Então reflitam meus queridos: não é uma enorme contradição ter falta d'água crônica num lugar por onde passa um verdadeiro rio-mar? Acho que independente da geografia, os planos de abastecimento desse liquido precioso são ridículos por essas bandas e certamente mal elaborados e gerenciados. É inadmissível que isso ocorra no meio da floresta Amazônica onde se encontra nada mais nada menos que a maior bacia hidrográfica fluvial do mundo: o sistema Solimões-Amazonas, que drena míseros 7 milhões de quilômetros quadrados (isso mesmo!).
Agora me digam quem é o culpado nessa e noutras histórias parecidas: os governantes ou o povo que os elegem. Acho mesmo que deve ter uma espécies de choque de idéias, uma revolução, pois inúmeras gerações estão no poder no Amazonas fingindo que resolvem os problemas enquanto o povo finge cobrar e ser cidadão.
Fica aqui o meu repúdio e insatisfação aos nobres representantes do povo. Quem disse que ainda não existe escravidão no Brasil? Já que somos mesmo escravos, fica a dica da imagem para quem sabe minimizarmos esse "probleminha". Acho que faz bastante sentido, pois em Manaus chove muito.