sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Eu, mais um cidadão fora da lei.

"Eu não sou besta pra tirar onda de herói..." por isso não uso arma branca nem de fogo...

Hoje eu me senti um bandido. Sim, um criminoso comum daqueles que todos os dias passam na TV exibindo sua fuça e desafiando a sociedade com os mais diversos crimes que sempre ocorrem em nosso país.

Ta certo que o sistema de transporte urbano tem lá suas limitações em todo o Brasil, não somente aqui em Manaus, mas o que acontece aqui deixa muita gente de cabelo em pé, abismado com tanta ignorância e desrespeito aos usuários. Não, não estou falando de ficarmos com a mochila fora do ônibus quando ele já se encontra em movimento e com a porta fechada. Nem tão pouco do preço abusivo praticado por aqui. Estou falando de roubo.

Roubo sim, pois tirar um direito garantido pela constituição sem o mínimo pudor é sim uma espécie de roubo. Tiraram-me o direito de ir e vir, inerente a todo cidadão, pois além de ter que ficar enjaulado para evitar assaltos a mão armada que se tornaram constantes, se eu quiser sair tenho que pagar passagem integral mesmo tendo o direito de pagar meia.

O que faz uma pessoa (cidadão) ser reconhecido como tal? Como alguém consegue provar que ele é ele mesmo? Juro que sempre pensei (e acreditei) que com uma simples carteira de identidade (RG, CNH e afins) pudéssemos resolver o problema, mas não, fui pego de surpresa pelo não óbvio.

Depois de tanta burocracia para ter direito a uma bendita carteira estudantil que me garantiria meia passagem no transporte público (melhor dizendo, caótico) eu simplesmente nunca consegui provar que eu sou eu mesmo, como naquelas velhas e antiquadas histórias, que alguém vai preso por não conseguir provar inocência. O fato é que ao tentar recarregar os créditos da carteira a atendente me pediu uma identidade, e por um sobrenome a mais da minha mãe, a mesma se recusou a efetuar a transação.

Será que minha CNH não tem o poder de provar que eu sou eu? Perguntei-me ao receber a informação que não poderia pôr os créditos e assim usufruir o direito que me cabe: o de ir e vir. Sabe me senti um verdadeiro bandido!

Outro fato é que por traz disso tudo tem o dedo dos empresários. A desculpa é a de que tal sistema evita corrupção no sistema, pois muitas pessoas se utilizavam de carteiras de outros para circular nos ônibus, mas, no entanto eu indago: o sistema garante que todas as pessoas possam usufruir seu direito, levando em consideração a diversidade das pessoas? Creio que não, pois sempre vou ter que andar com uma identidade que possui o nome de solteiro de minha mãe, não a que me convém. Os empresários é que estão mais que satisfeitos com essa “ajudinha” do governo, pois forçam cidadãos a pagar dobrado pelo seu direito. Isso não é corrupção? Não, é mais que isso, é roubo.


Sou um cidadão, “cowboy” fora da lei. Eu não vou ser besta pra tirar onda de herói, estou me vacinando e me corrompendo a cada dia. Por isso, “ô ô seu moço do disco voador, me leve com você aonde você for [...] enquanto eu sei que tem tanta estrela por ai”.


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