Perca do Nilo (Lates niloticus)
De repente, num dos seminários de Biologia da Conservação, ministrado pelo Dr. Fernando Fernadez (UFRJ) me deparei com outro caso assustador de um bicho que foi introduzido no Lago Vitória, na África Oriental, que segundo o site Wikipédia é o maior lago tropical do mundo e o segundo maior lago de água doce do mundo em termos de área, com 68.870 quilômetros quadrados. Esse “bicho” é vulgarmente conhecido como Perca do Nilo (Lates niloticus) - olhem a coincidência – e foi introduzido após uma brilhante idéia de alguém que queria somente aumentar a oferta de pescado.
Existem sim inúmeros casos que podemos comparar com os nossos, de introdução de espécies causadas pelo homem em todo o planeta - e não somente de peixes - que causam prejuízos tanto ambientais quanto econômicos. Um exemplo é a do mexilhão dourado (Limnoperna fortunei), um "Made in China" que dificulta o perfeito funcionamento das turbinas de usinas hidrelétricas como a de Itaipu, no rio Paraná.
De repente, num dos seminários de Biologia da Conservação, ministrado pelo Dr. Fernando Fernadez (UFRJ) me deparei com outro caso assustador de um bicho que foi introduzido no Lago Vitória, na África Oriental, que segundo o site Wikipédia é o maior lago tropical do mundo e o segundo maior lago de água doce do mundo em termos de área, com 68.870 quilômetros quadrados. Esse “bicho” é vulgarmente conhecido como Perca do Nilo (Lates niloticus) - olhem a coincidência – e foi introduzido após uma brilhante idéia de alguém que queria somente aumentar a oferta de pescado.
Só que esse brilhante homem não conhecia as espécies, a ecologia dessa rica fauna de peixes do lago Vitória (ictiofauna) e nem tampouco desconfiava que a perca poderia causar um profundo impacto nessas populações (Lowe-McConnell, 1999). O fato é que aconteceram duas grandes coisas que aqui podemos destinguir: 1 – Com a introdução da perca, as populações de peixes sofreram profundas alterações, ou seja, se extinguiram ou, no caso da grande minoria das espécies, mudaram de nicho, ocupando outras áreas do lago antes não ocupadas e até mesmo em condições adversas, como a falta de oxigênio (hipóxia); e 2 – Como a perca possui uma grande quantidade de gordura, os nativos tem que defumar sua carne: para isso, desmataram grandes áreas de florestas ao redor do lago. Para eles, a carne da perca não é tão saborosa quanto à dos peixes nativos que simplesmente sumiram após sua chegada.
Notem, meus queridos, que a perca é parente muito próximo (são da mesma Ordem, Perciformes) do tão famigerado Tucunaré e da Tilápia, que atualmente habitam as águas do Velho Monge. Portanto, não só existe a possibilidade de extinção das nossas espécies como também a de muitos ribeirinhos não ter mais, no futuro, algo para comer do rio.
E se um dia isso acontecer, de quem será a culpa? Dos peixes que não são de lá? Lembrei-me nesse momento, de um côro que o Prof. Fernando nos fez memorizar quando ele perguntava, por exemplo, “Por que não existem mais pingüins no Pólo Norte?” Sim, porque o homem os extinguiu. Porque infelizmente a falta de bom senso nos faz crer que somos uma espécie superior a todas. Que coisa... Qual é mesmo o motivo desse medo causado por um mísero vírus chamado H1N1? Calma gente, ele é só um vírus...
Já imaginaram se a espécie humana conseguir se extinguir e, se por acaso outra (muito mais inteligente) aqui chegasse em seguida e entendesse, pelos registros fósseis, que uma única espécie promoveu uma carnificina geral? Que existiam muitas espécies passeriformes que não voavam e grandes animais que chamamos de “megafauna” que se extinguiram após sofrerem forte pressão humana? Com certeza procurariam outro mundo para viver. Seria algo como chegarmos a uma cena de homicídio que acontecera recentemente.