A criação e manejo de pescado é uma atividade que tem crescido muito no Brasil. Mesmo com um consumo muito abaixo da média, comparado com vários países, (10 Kg/pessoa/ano na América Latina, dados da Fao) várias pesquisas apontam que o brasileiro está mudando seus hábitos alimentares, e consumindo mais alimentos que fazem bem à saúde.
Na Amazônia o quadro é totalmente diferente: devido à grande fartura e oferta de diversas espécies de peixes nativos, os amazônidas consomem cerca de 55 Kg/pessoa/ano (ao passo que em países como a Noruega e Finlândia as pessoas consomem até 70 Kg por ano). Tem até um jargão popular que diz "quem come jaraqui não sai mais daqui" em referência ao consumo de um peixe da famila das curimatãs bastante apreciado na região. E é muito comum ver nos mercados municipais várias outras espécies sendo vendidas em qualquer época do ano, garantindo sobretudo, a sobrevivência de inúmeros feirantes.
Comer peixe é bom e faz bem. O produto é rico numa substância chamada de Ômega 3, importante na redução de ácidos graxos considerados ruins para a saúde, como o LDL (o colesterol ruim) e outros triglicerídeos. Além disso, ele é importante em processos inflamatórios, por atuar também na formação de anticorpos.
Por isso, de meados da década de 1980 pra cá, muitos pesquisadores atentaram para a iminente guinada na produção de pescado em nosso país. Também, é fácil entender, pois temos inúmeras espécies com enorme potencial comercial. Em minha atual passagem pela Amazônia, tive o prazer de conhecer várias etapas da cadeia desse ramo produtivo, que se inicia na alevinagem (produção de alevinos) e termina na engorda e venda. O Inpa - Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - toca vários projetos com produção de pescado que têm beneficiado dos pequenos aos grandes produtores. Atualmente, os pesquisadores do instituto tem um grande desafio: entender como o pirarucu (Arapaima gigas) pode ser induzido a se reproduzir em cativeiro.
Inúmeros pesquisadores estão envolvidos nesse projeto, mas enquanto as respostas para as diversas perguntas não são alcançadas, outras espécies já figuram com ótimas condições de produção e tradicionalmente já fazem parte da rotina de uma piscicultura. Uma delas, o tambaqui (Colossoma macropomum) é amplamente difundida nas fazendas de peixe da Amazônia e de todo o Brasil, inclusive com espécies híbridas.
Numa das visitas técnicas promovidas pelo curso, pude ver na pratica como funciona o processo de alevinagem em tambaquis. Foi na fazenda Santo Antônio, no município de Rio Preto da Eva-AM, onde o MSc Alexandre Honczaryk nos mostrou detalhes de como obter bons alevinos para engorda. O video abaixo pode exemplificar como ocorre a extrusão de ovócitos e espermatozóides para a fecundação e posterior encubagem dos ovos. Foi um momento mágico ver a vida surgindo com uma ajudinha nossa.
Outra iniciativa importante diz respeito à criação de matrinchã (Brycon sp.) em canais de igarapés. Dessa maneira, pequenos produtores podem com pouca estrutura e espaço, produzir o pescado de forma sustentável. Funciona assim: o igarapé de terra firme (ou riacho, como conhecemos) é canalizado por no máximo 30 metros, onde o fluxo da água é controlado por uma espécie de desvio do seu curso principal. O viveiro é então montado num dos leitos do canal com tábuas de madeira e a água corrente se encarrega de fazer a ciclagem dos nutrientes que são lançados no sistema. Vale lembrar que no estado já existe legislação para isso, apoiado em pesquisas sobre produção primária desses ambientes. Por lei, uma distância mínima de 90 metros entre viveiros é o bastante para que o ecossistema não sofra com a entrada excessiva de nutrientes.
Estar na Amazônia é isso. É ter a oportunidade de debater com colegas sobre as questões mais relevantes que dizem respeito ao bem estar do homem e da natureza, respeitando os limites da vida. É mais que isso. É olhar pra frente e perceber que estamos no caminho certo, mesmo que os descaminhos da vida nos levem pra outras trincheiras.
Na Amazônia o quadro é totalmente diferente: devido à grande fartura e oferta de diversas espécies de peixes nativos, os amazônidas consomem cerca de 55 Kg/pessoa/ano (ao passo que em países como a Noruega e Finlândia as pessoas consomem até 70 Kg por ano). Tem até um jargão popular que diz "quem come jaraqui não sai mais daqui" em referência ao consumo de um peixe da famila das curimatãs bastante apreciado na região. E é muito comum ver nos mercados municipais várias outras espécies sendo vendidas em qualquer época do ano, garantindo sobretudo, a sobrevivência de inúmeros feirantes.
Comer peixe é bom e faz bem. O produto é rico numa substância chamada de Ômega 3, importante na redução de ácidos graxos considerados ruins para a saúde, como o LDL (o colesterol ruim) e outros triglicerídeos. Além disso, ele é importante em processos inflamatórios, por atuar também na formação de anticorpos.
Por isso, de meados da década de 1980 pra cá, muitos pesquisadores atentaram para a iminente guinada na produção de pescado em nosso país. Também, é fácil entender, pois temos inúmeras espécies com enorme potencial comercial. Em minha atual passagem pela Amazônia, tive o prazer de conhecer várias etapas da cadeia desse ramo produtivo, que se inicia na alevinagem (produção de alevinos) e termina na engorda e venda. O Inpa - Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - toca vários projetos com produção de pescado que têm beneficiado dos pequenos aos grandes produtores. Atualmente, os pesquisadores do instituto tem um grande desafio: entender como o pirarucu (Arapaima gigas) pode ser induzido a se reproduzir em cativeiro.
Inúmeros pesquisadores estão envolvidos nesse projeto, mas enquanto as respostas para as diversas perguntas não são alcançadas, outras espécies já figuram com ótimas condições de produção e tradicionalmente já fazem parte da rotina de uma piscicultura. Uma delas, o tambaqui (Colossoma macropomum) é amplamente difundida nas fazendas de peixe da Amazônia e de todo o Brasil, inclusive com espécies híbridas.
Numa das visitas técnicas promovidas pelo curso, pude ver na pratica como funciona o processo de alevinagem em tambaquis. Foi na fazenda Santo Antônio, no município de Rio Preto da Eva-AM, onde o MSc Alexandre Honczaryk nos mostrou detalhes de como obter bons alevinos para engorda. O video abaixo pode exemplificar como ocorre a extrusão de ovócitos e espermatozóides para a fecundação e posterior encubagem dos ovos. Foi um momento mágico ver a vida surgindo com uma ajudinha nossa.
Outra iniciativa importante diz respeito à criação de matrinchã (Brycon sp.) em canais de igarapés. Dessa maneira, pequenos produtores podem com pouca estrutura e espaço, produzir o pescado de forma sustentável. Funciona assim: o igarapé de terra firme (ou riacho, como conhecemos) é canalizado por no máximo 30 metros, onde o fluxo da água é controlado por uma espécie de desvio do seu curso principal. O viveiro é então montado num dos leitos do canal com tábuas de madeira e a água corrente se encarrega de fazer a ciclagem dos nutrientes que são lançados no sistema. Vale lembrar que no estado já existe legislação para isso, apoiado em pesquisas sobre produção primária desses ambientes. Por lei, uma distância mínima de 90 metros entre viveiros é o bastante para que o ecossistema não sofra com a entrada excessiva de nutrientes.
Estar na Amazônia é isso. É ter a oportunidade de debater com colegas sobre as questões mais relevantes que dizem respeito ao bem estar do homem e da natureza, respeitando os limites da vida. É mais que isso. É olhar pra frente e perceber que estamos no caminho certo, mesmo que os descaminhos da vida nos levem pra outras trincheiras.
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